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Serraglio rebate críticas ao relatório da CPI dos Correios

Serraglio procurou justificar a inexistência de qualquer citação ao nome do filho do presidente da República

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Por Agencia Estado
Atualização:

O relator da CPI dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse que são normais as críticas que ele vem recebendo do governo e da oposição por causa do relatório final da comissão. "Esta é uma interpretação política que está sendo dada ao nosso trabalho, o que é natural", afirmou durante entrevista ao programa Canal Livre, da TV Bandeirantes. Ele lembrou que o relatório cabe ao relator, mas por outro lado disse que procurou colocar sub-relatores da oposição e também da situação para garantir que todos tivessem acesso às informações. "É por isso que foi uma CPI que teve a confiança e a visibilidade que alcançou junto à população." Filho de Lula Serraglio procurou justificar a inexistência de qualquer citação ao nome do filho do presidente da República Fábio Luís Lula da Silva. "Nós nunca o investigamos", salientou o relator, embora reconhecendo que a empresa dele foi citada por estar relacionada com os fundos de pensão por ter recebido um depósito de R$ 5 milhões da Telemar. "Eu não poderia apontar o nome de um cidadão em relação a quem eu não investiguei nada", reiterou, garantindo que o nome do filho do presidente jamais chegou a fazer parte do relatório, embora tenha sido citado por um sub-relator. "Os fundos de pensão foram uma das últimas coisas inseridas dentro do contexto da nossa investigação", justificou. "É preciso que se investigue e aí sim se coloquem as conclusões que se possa ter." Marcos Valério Em uma tentativa de justificar os resultados relativamente escassos da CPI, que terminou com poucas cassações de mandatos e sem a prisão do empresário Marcos Valério, Osmar Serraglio garantiu: "Em duas oportunidades nós pedimos a prisão dele, em momento em que eu entendia que juridicamente o pedido era sustentável quando ele estava destruindo as notas", rememorou o relator sobre a queima de mais de 80 mil notas frias. "E não conseguimos (a prisão) porque o Ministério Público entendia que era uma precipitação", ponderou o deputado peemedebista. Ele disse ter feito uma segunda tentativa no momento em que a contabilidade das empresas do empresário foram refeitas. "É fraude comercial. Pedimos a prisão pela segunda vez, mas não conseguimos." Visanet Osmar Serraglio afirmou também que está comprovado o desvio de dinheiro público no caso do contrato entre a Visanet e o Banco do Brasil. "O Banco do Brasil atua individualmente, sem interferência de ninguém, então quando ele atua mexe com o dinheiro de uma estatal e, portanto, dinheiro público", frisou o relator da CPI dos Correios, ressalvando que cabe ao Ministério Público fazer a tipificação do crime. "Ele (BB) adiantou R$ 26 milhões sem nenhum programa, a não ser a vontade de liberar, e no ano seguinte mais R$ 35 milhões adiantados sem nenhum plano programado." Ponta do iceberg O relator argumentou que o resultado da CPI dos Correios dever servir de subsídio para que se aprofundem as investigações sobre o esquema montado. "Existem recursos de caixa 2, existem os do mensalão, que nós estamos investigando, e existem outros que nós não sabemos", enumerou o deputado peemedebista. "É muito dinheiro, então nós não conseguimos terminar (as investigações)", sustentou. Ele disse que a possibilidade de desvios de dinheiro público está longe de ser totalmente esclarecida. "Nós investigamos a publicidade dos Correios e aonde o Marcos Valério ia. Nós não investigamos o Duda (Mendonça), por exemplo", frisou. "Portanto, o universo da publicidade por si só já é bilionário e nós ficamos em uma agência apenas."

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