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Serraglio deve se preocupar com legitimidade da CPI, diz Pont

Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário-geral do PT, Raul Pont, rebateu hoje a decisão do relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), de pedir a quebra do sigilo bancário do diretório nacional do PT. Na avaliação de Pont, Serraglio deveria se preocupar mais com a perda de legitimidade que vem afetando a CPI e não com as contas do PT. "As CPIs perderam totalmente a legitimidade", disse Pont, destacando como principal motor dessa tendência o fato de os partidos que possuem maioria dentro da CPI conseguirem derrubar processos contra seus colegas de partido, evitando assim que sejam punidas as irregularidades cometidas por eles. "Hoje o tratamento acontece com base no critério da maioria", acrescentou. Pont enfatizou que o PT não tem nada a esconder em suas contas, mas insistiu que qualquer medida envolvendo a quebra de sigilo bancário deveria afetar os diretórios nacionais de todos os demais partidos citados em denúncias de corrupção. "O PT não tem nada a esconder. Mas não há lógica nisso, se as acusações estão envolvendo todos os outros partidos", afirmou o secretário. "Isso é discriminação". De acordo com Pont, a CPI precisa ter consciência de que procedimentos como esse geram um impacto sobre a opinião pública e, por isso, não podem se restringir ao PT. "Achamos inaceitável esse tipo de tratamento discriminatório." O requerimento envolvendo a quebra de sigilo do PT deverá ser votado na próxima sessão administrativa da comissão, prevista para acontecer em 7 ou 8 de março. Sob pressão de petistas que integram a comissão, Serraglio teria aceito incluir no pedido a quebra do sigilo do diretório mineiro do PSDB, também acusado de se beneficiar de recursos fornecidos pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Ontem, ao tomar conhecimento da notícia, o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, também defendeu que a quebra de sigilo seja estendida a outras legendas e desafiou partidos que defendem a abertura dos dados do PT a fornecerem espontaneamente suas informações financeiras.

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