Serra vê armadilha na situação econômica do país

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Por Redação
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O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), convidado a discursar em evento como um dos cotados para a sucessão de 2010, afirmou nesta terça-feira que a economia brasileira vive uma situação desfavorável ao investimento. "Há uma armadilha na economia com juros elevados excessivamente, câmbio excessivamente sobrevalorizado, déficit em conta corrente crescente e despesas governamentais aumentando vertiginosamente", disse o governador a jornalistas após participar de seminário comemorativo dos 40 anos da revista Veja. Na tentativa de consertar parte da situação, diz Serra, o governo criou uma política industrial. "O que entra com uma mão sai com a outra. Isso conspira contra o investimento elevado." Ele afirmou ainda que o Brasil tem investido menos que outros países da América Latina, como Chile, Argentina e Colômbia. Antes da entrevista, durante sua palestra, Serra brincou com uma das frases prediletas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao relatar que na época do milagre econômico brasileiro, nos anos 1970, houve crescimento de 8 por cento ao ano per capita, disse tratar-se de "uma performance nunca antes vista neste país. Nem depois." Apesar de ter sido convidado como potencial sucessor de Lula, Serra evitou confirmar seu destino político. "Não vim aqui como presidenciável, vim como amigo da revista e como governador. Não vim aqui na qualidade de candidato à Presidência." Nesta condição, também foram convidados a dar palestra a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil, PT), o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB) e o deputado Ciro Gomes (PSB). Serra também fez comentários sobre as reservas de petróleo localizadas na camada de pré-sal, cobrando uma estimativa mais precisa de seu potencial. "O importante é ter primeiro uma avaliação realista do que elas representam, as estimativas são muito variáveis." Mencionou ainda sua preocupação com a gestão dos recursos obtidos com essas reservas ao mencionar dois países que tiveram sua chance no setor de petróleo "e quebraram", referindo-se ao México e Venezuela. "Os recursos naturais por si só não fazem o desenvolvimento", afirmou. Quanto à criação de uma nova estatal, paralela à Petrobras, que está sendo analisada pelo governo, Serra evitou se posicionar, afirmando que ainda estuda o assunto. O PSDB, no entanto, já divulgou nota colocando-se contrário a uma nova empresa. (Reportagem de Carmen Munari)

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