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Serra vai à Argentina antes de dizer se sai candidato

Sem compromissos na Prefeitura até quarta, Serra só deverá retomar as atividades na quinta-feira, quando participará da inauguração de duas escolas municipais.

Por Agencia Estado
Atualização:

Com os dias contados para dar uma resposta ao comando do PSDB sobre sua disposição de renunciar ao cargo de prefeito para disputar a eleição presidencial, José Serra buscou refúgio na Argentina, segundo interlocutores políticos do prefeito. "As coisas estão caminhando. Ele aproveitou o feriado para descansar e refletir um pouco mais", comentou hoje um tucano próximo a Serra. Sem compromissos na Prefeitura até quarta, Serra só deverá retomar as atividades na quinta-feira, quando participará da inauguração de duas escolas municipais. Nos últimos dias, segundo fontes próximas ao prefeito paulistano, ele tem demonstrado mais tranqüilidade em relação ao processo de escolha do candidato do PSDB à sucessão presidencial. "Ele está propenso a correr o risco (de deixar a Prefeitura) porque trata-se de um risco que vale a pena", observou outro interlocutor. Outro importante parlamentar ressalta que Serra "já se conscientizou" de que a chance de o PSDB voltar ao planalto depende dele. "As últimas pesquisas deixaram claro que o Serra é o único no PSDB que pode impedir que Lula seja reeleito. O Alckmin (o governador Geraldo Alckmin, outro pré-candidato do partido) não tem a menor condição", comentou esse tucano. Pesquisa Na avaliação de vários serristas, o fato de a mais recente pesquisa Datafolha mostrar que 50% dos consultados são contrários à saída do prefeito de seu cargo para disputar a Presidência será minimizado se Serra deixar a Prefeitura atendendo ao apelo partidário. "Está sendo feito um forte trabalho e há um movimento das pessoas que têm dito a ele que apóiam sua candidatura. A população entende que o que está em jogo não é um projeto pessoal, mas sim o do País", observou também um secretário municipal. "O Serra não pode deixar a Prefeitura sem que o partido esteja unido em torno de seu nome. Se o partido fizer o movimento em direção a ele, ficará mais fácil justificar a renúncia", observou esse colaborador do prefeito. Acordo de cavalheiros Enquanto a resposta de Serra não chega, os tucanos esperam que a folga do carnaval tenha sido suficiente para apaziguar os ânimos e o racha na legenda entre os partidários do prefeito e os do governador Geraldo Alckmin. Estes continuam defendendo que o governador é o nome natural do PSDB para concorrer à Presidência. Seja Serra ou Alckmin o adversário de Lula, um acordo de cavalheiros deve marcar o anúncio do candidato. Se o escolhido for Alckmin, caberá a Serra fazer o anúncio e vice-versa.

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