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Serra será forçado a assumir candidatura, diz analista

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Por Elizabeth Lopes
Atualização:

A decisão do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, de abrir mão da pré-candidatura à Presidência da República pelo PSDB nas eleições 2010 altera todo o tabuleiro eleitoral e coloca o outro pré-candidato da legenda à Presidência, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), como única postulante a esse cargo. "Com a renúncia de Aécio, Serra se vê forçado a carregar o estandarte do PSDB na corrida à sucessão do presidente Lula", afirma o cientista político e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Fábio Wanderley Reis, complementando: "Agora, não dá para o Serra dizer que não é candidato."Para o cientista político, a carta de renúncia de Aécio Neves deixa o PSDB em uma situação ainda mais difícil no cenário sucessório de 2010. Na sua avaliação, o tom da carta do governador mineiro "denota um ânimo negativo" em termos da disputa interna que se travou no PSDB. Além disso, Fábio Wanderley acredita que os tucanos ainda não encontraram um discurso alternativo para 2010. O cenário para o governo Lula é favorável e com a saída de Aécio da disputa ao Palácio do Planalto, as atenções voltam a se concentrar mais fortemente nos nomes de Serra e da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), potencial candidata petista à Presidência nas eleições do ano que vem. "A disputa volta a ficar polarizada e favorece o cenário plebiscitário que o PT tanto deseja", reitera o professor.Fábio Wanderley cita, ainda, que a não realização de prévias no PSDB para a escolha do candidato que irá representar a legenda nas eleições presidenciais de 2010 também é um fator que contribuiu para o cenário difícil que os tucanos enfrentam. "A disputa latente (entre Serra e Aécio) acabou sendo resolvida com um ânimo negativo, que foi a carta do governador mineiro", destacou. O cientista político diz que outros fatores, como os escândalos que atingiram o Democratas (tradicional aliado dos tucanos nas eleições) e a volta à mídia da denúncia envolvendo o senador tucano Eduardo Azeredo (MG), no episódio batizado de mensalão mineiro, também são fatores que contribuem para a difícil fase que o PSDB enfrenta.

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