Serra se limita a fazer ofensas pessoas, diz Cardozo

Por Rosa Costa
Atualização:

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, avaliou nesta terça que o seu candidato à prefeitura de São Paulo, o petista Fernando Haddad, tem se "esforçado" para debater propostas, enquanto que o seu adversário do PSDB, José Serra, teria se limitado a fazer ofensas pessoais. "Eu não gostei do que vi no final de semana quando o candidato José Serra fez afirmações pessoais ofensivas ao candidato que eu apoio, Fernando Haddad. Acho que não é assim que se processa uma boa campanha eleitoral", disse.Com relação à Haddad, o ministro disse que ele tem se esforçado bastante. "Eu acompanhei (Haddad) durante todo o final de semana e vi o esforço que ele tem feito para discutir propostas", afirmou. "É claro que o esforço que ele tem feito, muitas vezes, a pessoa recebe acusações pessoais de baixo nível, muitas vezes injuriosas, tem de se defender. Mas ele tem se esforçado demais".O ministro acusou Serra de usar o mesmo tipo de ataque utilizado na campanha de Dilma Rousseff à presidência. "Então realmente não me agradou que ataques pessoais não muito elevados fizessem parte. Espero que daqui pra frente, percebendo que a sociedade não aceita mais que ataques políticos sejam feitos num nível tão baixo, que se discuta proposta, programas de uma cidade importante como São Paulo", afirmou.Sobre as críticas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso contra o hábito dos petistas de responsabilizar a imprensa - chamada de "imprensa golpista" - por tudo que lhe desagrada, o ministro disse tratar-se de um procedimento de quem vive num Estado de Direito. "Acho que aqueles que dizem que as pessoas não sabem expressar sua opinião é que não sabem conviver no Estado democrático de direito. Da mesma forma que a imprensa tem o direito de tomar posição, de fazer suas afirmações, aqueles que discordam tem o direito de dizer que a coisa não está bem.", argumentou.Na sua opinião, trata-se de saber conviver com a divergência. "Isso me parece algo fundamental para quem quer viver num Estado democrático de direito", defendeu. "O que nós temos de ter claro é que tem regras e, quando há desrespeito a regras, o Judiciário está aí para corrigir. A democracia permite que as pessoas falem mas sempre de forma respeitosa convivendo na pluralidade", acrescentou.

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