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Serra quer ser aclamado como candidato

Prefeito diz a amigos que só disputa Presidência com união do PSDB em torno de seu nome

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Por Agencia Estado
Atualização:

Se o PSDB quiser que o prefeito José Serra seja o candidato do partido à presidência, terá que decidir-se a respeito, comunicar a todos os interessados e unir-se claramente em torno de seu nome. Foi o que Serra disse a amigos em Washington, onde passou parte da semana para explicar seu silêncio público sobre a contenda eleitoral. A mais de uma pessoa, o líder tucano, que desembarca amanhã em São Paulo, disse que está ciente do alto preço de sua saída da prefeitura e que ainda não fez a cabeça sobre se irá revanche com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de outubro próximo. O fato de ter incluído o vice-prefeito Gilberto Kassab em sua comitiva, e não perdido oportunidade para apresentá-lo aos demais prefeitos de vários países com quem se reuniu na sede do Banco Mundial, bem como a altos funcionários das agências multilaterais de crédito, foi interpretado por amigos de Serra como um sinal seguro de que, a despeito da recuperação de Lula nas pesquisa, ele aceitará a candidatura, se ela lhe for apresentada como o desejo do partido. Disputa interna Ele indicou também que sabe que se declarasse publicamente seu interesse na disputa pelo Planalto seria candidato. Nesse caso, contudo, a afirmação de sua candidatura viria às custas de cotoveladas no governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que está em campanha pela vaga. Serra disse que não fará isso, porque não seria inteligente nem produtivo iniciar uma disputa, que sabe que será das mais difíceis, brigando com líderes de seu próprio partido, de cujo apoio não pode prescindir para ter êxito. "Não estou na retranca por astúcia", disse ele a um interlocutor. "Sair ou não candidato não depende de articular, depende sim de uma posição conjunta do partido. A questão é se querem ou não querem que eu seja candidato", acrescentou, transferindo o ônus da decisão ao comando tucano. Lições passadas Segundo um assessor que trabalhou com Serra em sua malograda campanha presidencial de 2002 e na bem sucedida disputa municipal em São Paulo, em 2004, a cautela com que o prefeito vem contemplando uma nova candidatura ao Planalto reflete as lições que aprendeu comparando as duas campanhas. Em 2002, ele mediu forças com Lula respaldado por um PSDB rachado. É provável o desfecho teria sido o mesmo que foi se os tucanos estivessem unidos. Mas a oposição interna que sofreu de líderes do porte do senador Tasso Jereissati, o atual presidente da legenda, marcou Serra. Dois anos mais tarde, à frente de um partido unido em torno de sua candidatura, Serra deu a volta por cima e desalojou Marta Suplicy da prefeitura de São Paulo.

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