Serra não consegue boa colocação nas pesquisas

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Mesmo com a forte exposição na mídia, o ministro da Saúde José Serra não consegue despontar como candidato forte na corrida presidencial de 2002. Identificado por 53% dos dois mil entrevistados do Ibope como o candidato do governo, Serra não consegue transformar a avaliação positiva que o presidente Fernando Henrique Cardoso ainda detém junto ao eleitorado em possíveis votos para sua candidatura. "Apesar da presença maciça na TV e de ser um bom ministro da Saúde, Serra não é um bom candidato", afirmou hoje o consultor político da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ney Figueiredo. "Há alguma coisa errada com o perfil da candidatura Serra", completou. A análise de Figueiredo é baseada no fraco desempenho de Serra tanto na simulação espontânea quanto estimulada para as eleições presidenciais de 2002, feita na pesquisa divulgada nesta terça-feira. No voto espontâneo, sem apresentação de uma lista prévia de possíveis candidatos, Serra tem apenas 1% das intenções de voto, empatado com o governador de Minas Gerais, Itamar Franco, e com o ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf. Nessa lista, o presidente de honra do PT, Luis Inácio Lula da Silva, aparece em primeiro lugar, com 15% das intenções de voto, seguido pela governadora Roseana Sarney (5%) e pelo presidente Fernando Henrique Cardoso (4%). No voto estimulado, Serra conseguiu perder um ponto porcentual entre a pesquisa elaborada em setembro e a divulgada hoje, passando de 6% para 5% das intenções de voto, mesmo tendo ampliado sua presença na mídia neste período. "Apesar de 33% aprovarem o governo de FHC, 29% afirmarem que votariam num candidato que representasse a continuidade da política de estabilização econômica e 53% associarem a imagem de Serra ao atual governo, ele não consegue transformar estes porcentuais em votos", salientou Figueiredo. Avaliação do governo FHC se manteve estável A avaliação da administração do presidente Fernando Henrique permaneceu estável entre setembro e dezembro deste ano, conforme resultado da pesquisa CNI/Ibope. A avaliação ótimo/bom de FHC caiu levemente, de 22% para 21%, ficando dentro da margem de erro da pesquisa, que é de 2,2 pontos porcentuais. Já a avaliação ruim/péssimo cresceu levemente, de 36% para 37%, também se mantendo dentro da margem de erro. Os níveis de aprovação e desaprovação do presidente também se mantiveram estáveis. De acordo com o resultado da pesquisa, 33% dos 2 mil entrevistados entre os dias 29 de novembro e 3 de dezembro disseram que aprovam a maneira como o presidente administra o País. O porcentual é igual ao apurado em setembro. Com relação à desaprovação, 59% dos entrevistados disseram desaprovar a administração de FHC, agora em dezembro, enquanto em setembro esse porcentual era de 58%. O nível de confiança na figura do presidente Fernando Henrique também se manteve estável. Dos entrevistados, 31% disseram confiar e 64% disseram não confiar no presidente.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.