
07 de outubro de 2010 | 07h51
Durante encontro em Brasília com líderes do PSDB e de partidos aliados, para dar largada ao segundo turno da campanha, Serra adotou um tom de confronto com o PT. "Eles falam em privatização. O governo Lula continuou a privatizar", disse, ao lembrar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva privatizou dois bancos durante seu primeiro mandato - o Banco do Estado do Maranhão e o Banco do Estado do Ceará. "Aí não é um problema de número. É um problema de ideologia. Se privatizou, não era tão contra."
Em encontro para traçar a estratégia da campanha de Dilma Rousseff (PT), na terça-feira, petistas defenderam a comparação entre as gestões Lula e FHC e avaliaram ser importante colar em Serra a pecha de privatista, por ele ter participado do governo FHC, durante o qual setores da economia, como a telefonia, foram privatizados.
A fala de Serra evidenciou a resposta política que os tucanos pretendem dar para as críticas dos adversários. A orientação é partir para o ataque, a fim de evitar erros da campanha presidencial de 2006, quando o então candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, caiu na armadilha colocada pelo PT e ficou na defensiva quando confrontado com o tema.
Cobrança
Na primeira reunião de Serra com as cúpulas e os governadores eleitos pelo PSDB, DEM e PPS, e até dissidentes do PMDB, todos se uniram em uma cobrança: querem que Serra assuma uma postura mais clara de candidato do PSDB e de oposição ao presidente Lula e ao PT. Querem um confronto de ideias com a adversária petista Dilma Rousseff.
Convidado a discursar, o ex-presidente Itamar Franco (PPS), eleito senador por Minas Gerais, cobrou mudança de figurino do candidato. "Vossa Excelência é um homem que não precisa tanto dos marqueteiros porque tem vida limpa, honesta. Seja mais Serra do que marketing. Tem de haver o confronto", aconselhou sob aplausos da plateia. "O segundo turno é nova eleição em que temos de corrigir rumos, aferir nossa bússola".
"Querem falar de privatizações, vamos falar delas", propôs Aécio Neves, ex-governador de Minas Gerais e senador eleito, sugerindo que o segundo turno comece com a defesa, "com toda altivez", do governo FHC. "Não teria havido avanços do atual governo se não tivesse havido o governo Itamar Franco, com a coragem política de lançar o Plano Real, e o governo Fernando Henrique, que consolidou e abriu a nossa economia." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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