Serra evita falar sobre sucessão do governo paulista

O prefeito de São Paulo disse que falaria apenas sobre temas da cidade, mas criticou a área de saúde do governo Lula

Por Agencia Estado
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Em sua primeira aparição pública depois da indicação de Geraldo Alckmin para disputar a Presidência da República pelo PSDB, o prefeito da capital, José Serra (PSDB), foi mais uma vez evasivo ao responder sobre seu futuro político. Depois de inaugurar o primeiro projeto de integração de escola e clube municipal, no Tatuapé, zona leste da capital, no início da tarde desta sexta-feira, Serra disse que este tema - eleição para o governo do Estado de São Paulo - não está posto. "Eu não vou ficar entrando nele todos os dias, mas a especulação é livre para ser feita", argumentou. Governo Lula No início da entrevista coletiva, Serra disse que iria responder apenas sobre temas da cidade, porém acabou criticando o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para ele, a limitação de orçamento federal para a área da saúde está trazendo graves problemas neste setor, principalmente para as instituições filantrópicas, tais como a que mantém o Hospital Santa Marcelina. "É indevido usar os recursos da saúde para outros programas federais, tais como o de alimentos. O governo federal não está cumprindo a emenda constitucional (para este setor), promulgada no governo FHC", criticou. No evento, ocorrido no Clube da Cidade Tatuapé, o prefeito chegou a receber o apoio explícito da vereadora tucana Myriam Athiê, caso resolva atender aos apelos da base de seu partido em São Paulo para disputar a sucessão de Geraldo Alckmin. No rápido discurso que fez, a vereadora salientou a importância de Serra à frente da cidade, mas disse que ele terá o apoio total do bairro do Tatuapé se pretender concorrer nestas eleições. Questionado sobre esta manifestação, o tucano desconversou mais uma vez, e não entrou no assunto. O prefeito não quis se manifestar a respeito de um cartaz escrito por uma mãe do conselho da escola local, que agradecia a ele por não ter se candidatado à Presidência da República, e, desta maneira, não ter abandonado a cidade de São Paulo. No cartaz, fixado à entrada do vestiário que dá acesso às piscinas do clube, havia ainda a cobrança por maiores estruturas e melhores salários para a rede municipal de ensino. Apesar de ter passado ao lado do cartaz, ao visitar as piscinas, o prefeito disse que não havia visto esta manifestação. Apesar do desfecho da escolha do candidato presidencial do PSDB, Serra aparentou estar muito tranqüilo e, durante o evento, abraçou e beijou crianças, cumprimentou populares e mostrou-se muito à vontade. No rápido discurso que proferiu, as primeiras palavras do prefeito foram: "eu estou extremamente feliz", numa referência à inauguração do projeto. Ele destacou que sua administração está "chacoalhando" a estrutura do ensino na cidade, e disse que isso está contribuindo para o estabelecimento "de um padrão educacional decente no País". Apesar do evento ser no setor da educação, o prefeito criticou em seu discurso a área federal da saúde. Segundo ele, o trabalho que realizou quando foi ministro desta pasta no governo FHC sofreu um retrocesso no governo Lula. E citou "o esforço tremendo" que sua gestão vem realizando neste setor. A única menção que o prefeito fez ao governador Geraldo Alckmin foi no discurso, ao elogiar a ação conjunta do Estado e Prefeitura para a integração do bilhete único.

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