Serra e outros 11 ministros disputarão as eleições

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Por Agencia Estado
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A reunião ministerial desta manhã foi a última do governo com a participação do ministro da Saúde, José Serra, que reassume a vaga de senador no dia 20 e passa a se dedicar integralmente à sua campanha para a Presidência da República. Como Serra, outros 11 ministros deixam o governo até 6 de abril, último dia para a saída dos que desejam se candidatar a algum cargo na eleição de outubro. Outros dois ministros são pré-candidatos à Presidência da República: Raul Jungmann, do Desenvolvimento Agrário, pelo PMDB, e Pratini de Moraes, da Agricultura, pelo PPB. A troca de mais da metade dos 22 ministros atuais não abalará a equipe econômica do presidente Fernando Henrique Cardoso. Os ministros da Fazenda, Pedro Malan, e do Planejamento, Martus Tavares, continuarão no cargo, bem como o presidente do Banco Central, Armínio Fraga. A única baixa poderá ser a do secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, cotado para ocupar o lugar de Roberto Brant, que deixa o Ministério da Previdência com a intenção de concorrer ao governo de Minas Gerais. Everardo nega que tenha recebido algum convite. Mas admite, para amigos, que considera encerrado o seu trabalho na Receita Federal. A última pendência que estava em suas mãos já foi resolvida, lembra ele. Trata-se do acordo da Receita Federal com os fundos de pensão, para cobrança de contribuições atrasadas. Portanto, Everardo estaria pronto para assumir o Ministério da Previdência. Como é ligado ao PFL, continuaria a ocupar uma das vagas do partido. O líder do governo na Câmara, Arnaldo Madeira (PSDB-SP), afirmou hoje que o presidente Fernando Henrique vai aproveitar técnicos nos ministérios, mas isso não quer dizer que um político não possa ser chamado. Ele acha que nenhum partido deve abrir mão de continuar no governo, mesmo que durante a campanha eleitoral a convivência entre os aliados fique difícil. A intenção de sair tem sido manifestada pelo PFL, que vê no presidente Fernando Henrique preferências por José Serra, apesar de a candidata do partido, governadora Roseana Sarney (Maranhão), estar muito à frente nas pesquisas. Se o PFL decidir mesmo romper com Fernando Henrique, o governo perderá também o ministro de Minas e Energia, José Jorge, que ainda tem cinco anos de mandato de senador pela frente. Vice-presidente nacional do PFL, José Jorge disse que só deixa o governo se seu partido o obrigar. Atualmente o PFL tem quatro ministros. Três saem: Brant, Carlos Melles, de Esportes e Turismo, e Sarney Filho, do Meio Ambiente. É possível que Fernando Henrique convide o ex-deputado Fábio Feldman, do PSDB, para o lugar de Sarney. A baixa ministerial poderia ter sido maior se uma briga entre os tucanos cearenses não tivesse feito o ministro Martus Tavares abandonar a idéia de virar político. Martus, da ala serrista, queria disputar as prévias para o governo do Ceará, mas foi boicotado pelo governador Tasso Jereissati, que lançou o senador Lúcio Alcântara para a sua sucessão. Com a escolha de Alcântara, o ministro se disse desencantado com a política. Preferiu permanecer no ministério. Disse que é um técnico e assim continuará.

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