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Serra e Garotinho brigam; a dengue continua

Por Agencia Estado
Atualização:

A Fundação Nacional da Saúde (Funasa), órgão do Ministério da Saúde, divulgou nota nesta sexta-feira em que explica por que não gastou a verba de combate à dengue de 2001, como afirmou a Secretaria Estadual da Saúde do Rio nesta quinta-feira. Segundo a Funasa, os R$ 23 milhões não foram usados no ano passado, mas já estão empenhados na compra de equipamentos (computadores, microscópios etc.) de combate ao mosquito, que serão distribuídos aos Estados neste ano. Acusação contra acusação A nota responde à acusação feita pelo secretário estadual da Saúde do Rio, Gilson Cantarino, que disse que o ministro da Saúde, José Serra, ataca o Rio por não gastar dinheiro com dengue, mas é ele quem não investe na luta contra a doença. A afirmação de Cantarino foi uma resposta a outra acusação, feita pelo próprio Ministério da Saúde ao governo do Estado. Segundo a Funasa, o governo de Anthony Garotinho deixou parada uma verba de R$ 11 milhões que havia sido repassada pelo ministério ao longo de 2000 e 2001, para acabar com o mosquito aedes aegypti. O secretário usou o mesmo argumento da Funasa sobre os R$ 23 milhões: alegou que os R$ 11 milhões também estavam empenhados para a compra de seringas e agulhas para as campanhas de vacinação de 2002. ?Briga política? O empurra-empurra entre o governo estadual e federal sobre a responsabilidade da epidemia da dengue revela a disputa política entre os pré-candidatos à Presidência, Anthony Garotinho e José Serra. O governador e o ministro passaram toda a semana discutindo e trocando acusações sobre a dengue. "Essa é claramente uma briga política, e isso é lamentável porque quem perde é a população", disse o secretário estadual da Saúde, Gilson Cantarino. Nesta sexta-feira, a Funasa anunciou que o Rio vai ganhar mais 29 carros-fumacê para ajudar na megaoperação Dengue 3. Eles começam a circular neste sábado para ajudar na ação dos 1.044 agentes da Funasa. Balanço A cidade do Rio registrou até quinta-feira 7.299 casos da doença (133 hemorrágicos), quase a metade das 18.006 notificações do Estado. Os bairros mais afetados são Caju (437), Tijuca (331) e Maré (309), todos na zona norte. Como os casos de dengue continuam subindo, as secretarias de Saúde e de Turismo estão ampliando as ações para informar os turistas sobre os riscos da dengue. Além de manter os agentes de saúde trabalhando durante os quatro dias de festa, a secretaria está distribuindo folhetos informativos em vários pontos da cidade. Neste fim de semana, panfletos serão distribuídos no metrô para atingir turistas a caminho do Sambódromo. Os folhetos dão informações básicas sobre a dengue e ainda dão dicas para tentar evitar o mosquito transmissor. Postos de saúde Uma delas, que também foi incluída nos panfletos distribuídos nos hotéis, aconselha o turista a usar repelente três vezes ao dia. Para atender vítimas da dengue, a secretaria também decidiu manter os postos de saúde abertos durante o carnaval. Neste sábado, agentes de saúde estarão na Maré (um complexo de favelas na zona norte), para combater os focos de dengue. A Maré é uma das regiões da cidade recordista em casos. O secretário municipal de Saúde, Ronaldo Cezar Coelho, vai participar da ação, que terá a presença do fumacê, uma equipe de 17 agentes comunitários de Saúde e 20 agentes da equipe de rotina da secretaria.

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