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Serra diz que responderá ao 'ódio' dos adversários

Por CAROLINA FREITAS
Atualização:

O presidenciável do PSDB, José Serra, afirmou hoje que vai reagir com serenidade quando provocado por seus adversários políticos. Prestes a oficializar sua candidatura e com uma disputa acirrada pela frente, Serra disse, em discurso de despedida do governo de São Paulo, nunca ter torcido pelo fracasso do governo de seus opositores, pois isso significaria ser contra o bem da população. O tucano entrega sua carta de renúncia na sexta-feira.Diante dos secretários de Estado, dezenas de parlamentares e prefeitos e de uma plateia de 5 mil pessoas (segundo a Polícia Militar), no Palácio dos Bandeirantes, Serra afirmou: "Já fui governo e oposição. De um lado ou de outro, nunca me dei à frivolidade das bravatas, nunca investi no quanto pior melhor, nunca exerci a política do ódio."Segundo o governador, seus adversários podem atestar seu comportamento. "Jamais mobilizei falanges de ódio. Não sou assim. Não vou mudar, ainda que venha a ser alvo dessas mesmas falanges. Ao eventual ódio eu reajo com a serenidade de quem tem São Paulo e o Brasil no coração. Esse amor é a base da minha firmeza."Sem citar os adversários do PT, Serra pontuou todo seu discurso de 53 minutos com ressalvas sobre seu estilo de fazer política e de governar. Disse ter trabalhado em conjunto com prefeitos independentemente da "coloração partidária" e com deputados sem precisar aceitar "nomeações e cabides de emprego". "Exerci o poder no Estado sem discriminar ninguém. No governo a gente segue o interesse público, não as máquinas partidárias. Governamos para o povo, não para partidos."Futuro Serra disse estar triste por deixar o governo, mas alegre pelos desafios que tem pela frente. Ele relembrou sua infância em um bairro operário da capital paulista e seu exílio no Chile, durante a ditadura militar. Disse entrar na nova etapa com "disposição, força e fé" e conclamou os ouvintes: "Vamos juntos. O Brasil pode mais."Após o discurso no auditório do Palácio, Serra apareceu na varanda do Palácio dos Bandeirantes e falou por seis minutos para cerca de 2 mil pessoas que tinham assistido à cerimônia por dois telões. Foi ovacionado. Os populares vieram em dezenas de ônibus fretados.Sem citara palavra "presidente" ou "eleição", o tucano disse que deixava o posto de governador "em função de uma nova etapa". "Se minha vida terminasse hoje, eu me sentiria recompensado por tudo o que fiz."

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