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Serra diz que 'não há motivos' para preocupação com suposto cartel

No lançamento de livro de Fernando Henrique Cardoso, ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) afirma também que encontro com dirigentes do PPS nesta quinta, 15, foi 'troca de ideias'

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Por Guilherme Waltenberg
Atualização:

SÃO PAULO - O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) disse na noite desta quinta-feira, 15, que "não há motivos" para preocupação com possíveis consequências negativas para o seu partido decorrentes da denúncia de formação de um suposto cartel em licitações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e do Metrô, durante administrações tucanas no Estado de São Paulo. Para ele, não haverá "nenhum impacto" para o partido, como houve para o PT com a eclosão do escândalo do mensalão em 2005. "No PT tinha escândalo, (no caso dos trens) não ha escândalo até agora", reforçou.

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Serra defendeu as investigações e afirmou que o principal cliente da Siemens - empresa que assumiu a existência e sua participação na formação de cartéis em licitações - é o governo federal. "A principal cliente dela (Siemens) é o governo federal, o sistema Eletrobras", afirmou. "Creio que o importante é que se investigue tudo e que se punam os culpados eventuais e que se devolva ao estado brasileiro e aos estados o fruto de malfeitos, se tiverem ocorrido", emendou.

"A operação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) foi muito bom ter investigado. Apenas está faltando o resto. E a atividade da empresa junto ao governo federal, ao sistema federal?", indagou. "É a mais importante de todas e merece que o Cade estude e investigue isso. Não estou invalidando investigar uma parte, mas tem que investigar tudo", defendeu.

PPS. Indagado sobre qual o tema do seu almoço com dirigentes do PPS, realizado nesta quinta-feira, Serra disse que foi apenas uma "troca de ideias" e que não houve nenhuma discussão a respeito de uma possível troca de partido para que ele possa concorrer à presidência, já que o virtual candidato do seu partido é o senador mineiro Aécio Neves. O PPS disse ter reiterado convite a Serra para que ele ingresse no partido.

"Converso sempre com o pessoal do PPS, somos do mesmo campo político no Brasil. Não há nenhuma novidade a esse respeito. Não houve pedido (para que ele se filie ao partido). Foi troca de ideias e muito da política brasileira", afirmou. O PPS, no entanto, publicou nota na tarde desta quinta-feira dizendo que "reiterou" seu convite para que Serra integre a legenda.

Serra voltou a criticar o que chamou de "antecipação" do calendário eleitoral. "Acho que há uma antecipação muito grande dessas questões eleitorais. Eu não estou com a cabeça nisso. Estou mais com a cabeça em analisar os problemas brasileiros", afirmou.

Serra presenciou palestra proferida pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre seu novo livro, Os Pensadores que Inventaram o Brasil, realizado em um cinema na região central da cidade.

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