Serra diz que apoio do PSDB a Temer é 'boa decisão'

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Por CAROLINA FREITAS
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O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), endossou hoje a decisão do partido de apoiar a candidatura do deputado Michel Temer (PMDB-SP) a presidente da Câmara dos Deputados. "É uma boa decisão. Não houve controvérsia nenhuma dentro do PSDB", afirmou Serra, depois de receber no gabinete no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP). Em "visita de cortesia" ao governador de São Paulo, Chinaglia evitou comentar sobre Temer, nome mais forte para lhe suceder. "Minha sucessão está tranquila, só não sei garantir quem vai", tergiversou. Ele limitou-se a dizer que as eleições para a presidência da Casa correm num atípico clima de calma. "Quando disputei a presidência, houve mais campanha, os corredores estavam lotados. Eu estou achando calma essa disputa." Os políticos ficaram reunidos por cerca de 40 minutos. Segundo Serra, a reunião foi para agradecer a Chinaglia a parceria com o governo de São Paulo durante o período em que o petista presidiu o Legislativo federal. O governador disse ter conversado com Chinaglia sobre "questões de prefeituras, interior do Estado, presídios e coisas desse tipo". "Arlindo é de Serra Azul e corriam rumores de que instalaríamos um quarto presídio na cidade, mas não vamos", contou o tucano. Após o encontro, o presidente da Câmara dos Deputados disse ter recebido uma carta do Parlamento da Itália com um pedido para que a Casa intervenha contra a decisão do governo federal de dar asilo ao militante de esquerda italiano Cesare Battisti. Chinaglia afirmou que ainda não leu o documento e evitou opinar sobre o assunto, mas adiantou que o Legislativo tem uma atuação limitada nesse caso. A decisão de asilar Battisti foi do ministro da Justiça, Tarso Genro. Pato manco Serra negou, terminantemente, qualquer relação entre a nomeação do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) como secretário de Desenvolvimento e a sucessão para o governo estadual, em 2010. Alckmin, empossado hoje, é um dos nomes do PSDB para o cargo de governador, mesmo enfraquecido depois de ter sido derrotado nas eleições municipais, em 2008. "Não tem sucessão estadual metida no meio (da mudança no secretariado)", afirmou Serra. "Estou no meio do meu mandato, acabei de completar dois anos. Se ficar discutindo sucessão, você vira um ''lame duck''." A expressão, em inglês, significa, literalmente, "pato manco" e define governantes em fim de mandato, já sem poder ou prestígio. O governador procurou afastar ainda a imagem de uma legenda rachada depois das eleições de 2008, quando ele oficializou apoio a Alckmin, mas atuou nos bastidores pela reeleição do candidato do DEM e atual prefeito, Gilberto Kassab. "O PSDB não estava dividido", afirmou. "Alckmin é uma aquisição para o governo de São Paulo. Para mim, é uma honra ter um ex-governador recente como secretário." Questionado se havia trazido Alckmin para perto de si a fim de evitar oposições a sua eventual candidatura à Presidência nas próximas eleições, respondeu: "O processo para 2010 não estava desarmonizado. Mas a imprensa vai fazer todo tipo de interpretação."

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