Serra defende prazo maior para discussão sobre pré-sal

Por Tania Monteiro
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O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), voltou a defender a ampliação do prazo de discussão dos projetos do marco regulatório do pré-sal no Congresso. "O projeto demorou 22 meses para ser elaborado e o País precisa de mais de três meses para chegar a uma decisão final dos debates no Congresso", disse. Para o governador, isso não atrasa nem o desenvolvimento nem a produção do pré-sal. "Por todos os prazos existentes, obras de engenharia, preparo, os poços, na verdade, só estarão plenamente exploráveis daqui a 15 ou 16 anos. Portanto, é muito tempo pela frente para nós tomarmos uma decisão que tem a ver com o futuro", disse.Para Serra, "não custa nada dar um tempo maior para que esse debate seja feito". Serra explicou que essa posição, de estender um pouco mais o debate, é que havia prevalecido ontem à noite, durante reunião do presidente Lula com os governadores de São Paulo, do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. Mas relatou que hoje o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, ligou para ele para explicar que os líderes haviam pedido pressa no envio do projeto. "O tempo que vai demorar para ter a produção do pré-sal é muito grande. O pré-sal não está aqui na virada da esquina e só vai se conseguir a produção daqui a 15 anos", disse.Questionado se o atraso na discussão no Congresso não poderia deixar o projeto ser contaminado pelo ano eleitoral, Serra disse que não, e lembrou que a criação da moeda real foi feita num ano eleitoral e foi aprovada. Sobre se o fato de os três governadores (de São Paulo, Rio e Espírito Santo) terem chegado atrasados no evento de hoje teria sido um protesto, o governador limitou-se a negar, alegando que todos os governadores tinham compromissos em seus Estados.Com relação aos ataques feitos por Lula em seu discurso ao governo passado, José Serra declarou apenas que tudo que a Petrobras fez nos últimos anos foi com base no marco regulatório aprovado em 1997.

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