Serra critica bloqueio do governo federal em verba da Saúde

Corte de R$ 16,4 bilhões para 2007 atinge principalmente o Ministério da Saúde

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Por Agencia Estado
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O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), criticou a programação orçamentária do governo federal anunciada na quinta-feira, 15, em que prevê a redução de R$ 6,1 bilhões nas transferências para Estados e municípios. Em visita às cidades de Guaratinguetá e Taubaté, no Vale do Paraíba, Serra avaliou que a medida "é péssima" e vai prejudicar principalmente os investimentos na saúde. "Isso é muito doloroso para a saúde dos brasileiros. Temos que levar em conta que todas as Santas Casas e o sistema SUS serão afetados com essa redução". Serra ainda lamentou que o governo federal tem tirado dinheiro da saúde para outros fins. "Estão usando os recursos da saúde e eu não concordo". Ainda de acordo com o governador essa possível redução vai prejudicar São Paulo, apesar dos investimentos. "O governo de São Paulo está ampliando o atendimento, mas sozinho não vai agüentar. Eu só tenho a lamentar essa medida". O contingenciamento das despesas de custeio e investimentos para 2007 foi anunciado pelo governo e atinge o total de R$ 16,4 bilhões. O Ministério da Saúde ficou com Orçamento menor até do que o proposto pelo governo enviou ao Congresso. No projeto, a Saúde recebeu R$ 37,4 bilhões. Com as emendas parlamentares, subiu para R$ 40,6 bilhões, mas com os cortes caiu para R$ 34,8 bilhões. Até mesmo os ministérios responsáveis pelas obras de infra-estrutura, como Cidades e Transportes, carros-chefe do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), foram afetados pelo bloqueio orçamentário, mas nesse caso os cortes têm um destino certo: as emendas parlamentares. O contingenciamento, como é chamado na área técnica, não identifica quais programas de cada pasta serão atingidos e se são ou não despesas decorrentes de emendas parlamentares. Mas a equipe econômica distribuiu os cortes de modo a congelar justamente os gastos propostos pelos congressistas.

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