Serra corta 48% da verba de programas que Alckmin criou

Por Silvia Amorim
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Programas criados na gestão Geraldo Alckmin (PSDB) tiveram seus recursos reduzidos pela metade na proposta de Orçamento para 2008 encaminhado ao Legislativo paulista pelo governador José Serra (PSDB) em comparação ao estimado para este ano. O alvo dos cortes são o Escola da Família - funcionamento das escolas nos fins de semana - e a Rede do Saber - canal de videoconferência usado principalmente para capacitação de professores. Ambos terão redução de 48% ou R$ 206 milhões, se o projeto for aprovado como propõe o Executivo. Os números foram divulgados ontem pelo PT na Assembléia Legislativa. No início deste ano, Serra já cortou parte do Escola da Família. A oposição também destacou o corte de 6,2% em programas sociais, como o Renda Cidadã, similar do Bolsa-Família no governo estadual. Em contrapartida, apontou aumento de 35% nos recursos para viagens - de R$ 183 milhões, em 2007, para R$ 248 milhões, em 2008. "Isso é o choque de gestão tucano? Corta na área social e aumenta verba para viagens", disse o deputado Ênio Tatto (PT). Os petistas também acusaram Serra de promover o inchaço da máquina. Segundo a oposição, os cargos criados por Serra para três novas secretarias custarão R$ 20 milhões em 2008. "E eles disseram que estavam apenas substituindo estruturas que já existiam. Depois vêm criticar a contratação de pessoal pelo presidente Lula", afirmou Rui Falcão (PT). Em relação aos investimentos, universidades e aeroportos estaduais terão menos verbas em 2008. A previsão para a Universidade de São Paulo (USP) é de R$ 22,6 milhões, 72% menos do que o orçado neste ano. O dinheiro reservado para ampliação e modernização dos aeroportos caiu para R$ 20,9 milhões (48%). Em nota, o governo Serra acusa o PT de fazer "distorções graves e erros deliberados" na análise do projeto de lei para atacar a atual administração. Diz ainda que o Orçamento de 2008 "reflete um enorme esforço de planejamento e boa gestão dos recursos públicos".

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