Serra aponta déficit em saneamento básico e prevê expansão de Bolsa Família

Durante visita a Jundiaí, tucano criticou tributação feita para arrecadar montante para se investir 'a fundo perdido'

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Por Redação
Atualização:

JUNDIAÍ - O candidato a presidente pelo PSDB, José Serra, criticou nesta quarta-feira, 7, em Jundiaí, interior de São Paulo, a tributação sobre saneamento básico no País e usou o Estado de São Paulo como modelo de desoneração de tributos. O tucano considerou plausível a possibilidade de inclusão de 15 milhões de famílias no programa Bolsa Família.

 

 

Serra visitou o reduto tucano a 60 quilômetros de São Paulo, administrado por prefeitos do PSDB há cinco mandatos. "A minha proposta, que eu fiz aliás em 2007 para o presidente Lula era retirar o Pis/Cofins sobre saneamento para poder ser este montante investido em saneamento a fundo perdido pelo Brasil afora. O déficit brasileiro de saneamento é imenso", disse Serra. "O Brasil tem um nível de atraso nessa matéria (saneamento) imenso, que não se resolve com discurso. Se resolve com providências concretas e essa é uma. Poderia ter sido adotada em 2007, bem ou mal já teriam sido investidos R$ 8 bilhões de reais a mais, um dinheiro que se pulveriza. Não tem cabimento."

 

O candidato citou a política tributária de São Paulo feita desde o governo Mário Covas como exemplo de que é possível reduzir impostos sem onerar a arrecadação. "Em São Paulo, nós fizemos, o Alckmin fez várias, nós mantivemos todas as diminuições de impostos que ele fez, vem do Covas, já vinha de antes, e isso funcionou muito bem, não caiu a arrecadação. Agora, você tem que ver caso a caso, não é um negócio assim que se faz em uma tacada", afirmou Serra, citando o exemplo da redução de impostos para as indústrias têxteis e a nota fiscal paulista como exemplos.

 

O tucano concordou que os adversários tenham reclamado dos impostos mas disse que eles nada fizeram a respeito. "Agora é fácil. Você não faz em sete anos e meio e depois vira 'Ah, é, verdade, assim, tal'. Por que é que não fez?"

 

Após caminhada pelo Centro de Jundiaí, Serra disse que é possível aumentar a remuneração para o programa Bolsa Família se houver política bem trabalhada. "Temos que trabalhar nisso, fazendo, tendo um bom sistema de cadastramento, um bom sistema de distribuição. Precisa trazer os estados e municípios para o trabalho. Enfim, trabalhando com competência, do ponto de vista de recursos não é nada abusivo."

 

O tucano evitou comentar sobre a estratégia da candidata do PV Marina Silva, de criar microcomitês locais durante sua campanha, e alfinetou os petistas mais uma vez ao dizer que achou "incrível" a candidata do PT Dilma Rousseff ter dito que assinou o programa de governo sem rever.

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"você não assina um programa assim sem dar uma olhada naquilo que tem. Na verdade eu acho que o propósito era entregar aquele mesmo. Não foi entregue outra versão. Demorou muito. Foi entregue uma versão trabalhada para tirar essas coisas mais polêmicas que são autenticamente ideias do PT", afirmou Serra. "A própria Dilma, quando ministra, assinou várias dessas propostas para o presidente Lula, está lá encaminhado. E ontem de novo, ou seja, é uma proposta reiterada."

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