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Serra ao JN: 'nenhum presidente governa na garupa'

Por CAROLINA FREITAS
Atualização:

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, esquivou-se hoje (11), mais uma vez, de criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, recordista em popularidade. Em entrevista de 12 minutos ao Jornal Nacional, da Rede Globo, Serra procurou descolar a adversária Dilma Rousseff (PT) de Lula. "O governo Lula fez coisas positivas, outras coisas deixou de fazer. A discussão não é Lula. É o que vem pela frente", disse.Em referência indireta a Dilma, que tenta se colocar como herdeira de Lula, Serra afirmou: "Lula não está concorrendo comigo. Não é candidato e, a partir de 1º de janeiro, não vai ser mais o presidente da República. Quem estiver lá vai ter de conduzir o Brasil. Não há presidente que possa governar na garupa, ouvindo terceiros ou sendo monitorado por terceiros."O tucano negou que economize nas críticas por temor da popularidade de Lula. Segundo Serra, ele evita ataques porque "as pessoas estão preocupadas com o futuro". "Tem um conjunto de coisas que precisa ser equacionado. Eu estou apontando os problemas existentes." Diante da insistência dos entrevistadores, Serra citou a piora na área da Saúde como uma limitação do governo Lula. Pouco depois, criticou o modelo de concessão de estradas federais, a que chamou de "rodovias da morte". "Você pode ter estrada boa que não seja cara se você trabalhar direito", disse sem explicar se usará o modelo paulista, criticado pelas tarifas de pedágio, no País caso seja eleito.Serra foi questionado sobre o apoio que recebe nestas eleições do PTB, partido envolvido no escândalo do mensalão. "Em São Paulo, o PTB sempre esteve com PSDB. Os partidos são muito heterogêneos", justificou. "Os personagens principais do mensalão nem foram do PTB. Foram do PT. A denúncia (do esquema) partiu do Roberto Jefferson (presidente nacional do PTB)." Lembrado pelos entrevistadores que Jefferson teve o mandato de deputado federal cassado no episódio, buscou se dissociar do petebista. "Quem comete o erro é quem tem de pagar. Não tenho compromisso com nenhum erro."O tucano saiu em defesa, por outro lado, de seu candidato a vice, o deputado federal Indio da Costa (DEM-RJ). O nome de Indio foi imposto pelo DEM no dia anterior à convenção nacional que oficializou a chapa de Serra. O PSDB defendia uma composição puro-sangue, com o senador Álvaro Dias na vice. Serra atribuiu a reviravolta a "circunstâncias políticas" e disse que Indio estava entre os "cogitados" para o posto. "Ele qualifica perfeitamente. O meu vice, jovem, ficha limpa, preparado, com muita vontade e do Rio de Janeiro, é adequado. Eu me sinto muito bem com ele."

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