Serra acusa governo federal de reter verbas da saúde

Segundo o governador, Lula não está cumprindo emenda que estabelece repasses

Por Agencia Estado
Atualização:

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), acusou nesta sexta-feira o governo federal de reter verbas que deveriam ser repassadas a Estados e municípios para custear os serviços de saúde. Segundo ele, o governo não vem cumprindo a emenda constitucional que estabelece os repasses. A retenção prejudica o atendimento principalmente da população que depende dos hospitais filantrópicos, segundo ele. "Aqui em São Paulo, quase todo o atendimento hospitalar do Sistema Único de Saúde (SUS) é realizado por entidades filantrópicas." Serra fez a cobrança depois de anunciar a liberação de R$ 1,4 milhão para a ampliação da Santa Casa de Itapeva, no sudoeste do Estado, a 185 km de São Paulo. Ele isentou de culpa o novo ministro. "O novo ministro batalha para acertar isso e dou um crédito de confiança para ele." Aproveitando a presença de parlamentares, como os deputados federais Antonio Carlos Pannunzio e Renato Amary, ambos do PSDB, pediu que eles se empenhem no sentido de que o Ministério tenha recursos para cumprir a emenda constitucional da saúde. "Estou nessa mobilização em favor dos recursos do Estado e o Pannunzio, que é líder do PSDB, pode ajudar." Também cobrou o prefeito da cidade, Luiz Cavani, do PT. "O prefeito é do partido do Lula." Serra disse que a maior parte dos recursos que saem de Brasília são provenientes da Contribuição Provisória sobre Movimentação Finaceira (CPMF), paga por todos os brasileiros. "O Ministério distribui para Estados e municípios. Quando essa verba diminui, os recursos repassados são insuficientes e a punição devido a isso é generalizada." Ele não quantificou o corte de verbas, mas disse que seu governo está cumprindo a parte que cabe ao Estado na emenda que ele mesmo fez com que fosse aprovada quando era ministro da Saúde. "Mas só o Estado não basta, têm de haver a complementação federal, que é fundamental para o sistema SUS. Se as verbas do Ministério são cortadas, a falha é do governo federal."

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