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Serra acerta anúncio da candidatura e Kassab já oferece 3 nomes para a vice

PSDB aguarda comunicado oficial para inscrever tucano na prévia; Alckmin nega articulação para desistência de outros pré-candidatos

Por Sonia Racy , Julia Duailibi e Artur Rodrigues
Atualização:

SÃO PAULO - O ex-governador José Serra (PSDB) deve anunciar oficialmente nesta segunda-feira, 27, sua disposição de concorrer à Prefeitura de São Paulo e de disputar a prévia. A ideia é que ele formalize a decisão ao diretório municipal do PSDB e, em seguida, faça um anúncio público.

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Uma das hipóteses em estudo é que a executiva municipal do PSDB faça a inscrição na disputa interna por ele - o partido ainda discute qual mecanismo legal usará para permitir a inscrição de Serra fora do prazo, já que a data limite foi dia 14 de fevereiro.

O anúncio oficial de Serra ainda depende de uma conversa do governador Geraldo Alckmin com os quatro pré-candidatos, que deve ocorrer neste domingo, 26. A tendência é que os secretários Andrea Matarazzo (Cultura) e Bruno Covas (Meio Ambiente) abram mão para a candidatura Serra.

A prévia está marcada para o dia 4 de março. A avaliação de dirigentes do PSDB é que ele terá de fazer um esforço de prestigiar o partido e mostrar à militância que se submeterá ao desejo de disputa interna.

"Vamos aguardar que o próprio Serra se manifeste. Se ele resolver ser candidato, será um grande candidato, inclusive ele se predispõe a participar das prévias do partido", declarou o governador Geraldo Alckmin ontem, ao inaugurar uma delegacia em Guararapes, a 645 quilômetros da capital.

Alckmin evitou falar sobre a postergação da prévia e negou o movimento para os pré-candidatos Andrea Matarazzo (secretário de Cultura) e Bruno Covas (Meio Ambiente) abram mão da disputa em favor de Serra. "Não há nada disso."

Vice. Com a decisão de Serra de entrar na disputa, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) reiterou ontem seu apoio "incondicional" à pré-candidatura do tucano e já ofereceu três secretários da atual gestão para o cargo de vice. "Nós temos, em princípio, três extraordinários companheiros para apresentar como vice de José Serra: o secretário (de Educação) Alexandre Schneider, a atual vice-prefeita (e secretária de Assistência e Desenvolvimento Social), Alda Marco Antonio, e o secretário (Meio Ambiente) Eduardo Jorge, caso o PV venha apoiar o José Serra", afirmou Kassab ontem, durante visita a um projeto de zeladoria de uma praça na zona norte.

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Para Kassab, ao assumir a pré-candidatura, Serra abandona totalmente o sonho de ser presidente. "A questão da Presidência está encerrada na vida do Serra. Ele abandona esse projeto que tinha legitimamente como homem público. A partir de agora, sua vida pública está toda voltada para a cidade de São Paulo."

Antevendo o conflito com o DEM - que deve aderir à candidatura Serra, mas tem restrições ao PSD -, Kassab afirmou que "o verdadeiro aliado é aquele que acredita no candidato e não impõe condições". O prefeito disse não acreditar que Serra invista em uma "chapa puro-sangue", formada apenas por tucanos. "Acho que não é o caminho, mas também não descarto. O candidato vai na hora certa definir."

Para dirigentes do PSDB, "a chapa puro-sangue" minimizaria conflitos entre DEM e Kassab. Ao criar o PSD, Kassab desfiliou-se do DEM e levou quadros do partido à nova agremiação.

Crises. Os três secretários apontados por Kassab como potenciais vices de Serra têm atualmente de gerenciar crises. Alda Marco Antonio tem o desafio de resolver a questão social que envolve a cracolândia. Já Schneider administra em sua secretaria a polêmica dos contratos da merenda escolar, investigados pelo Ministério Público por conta de pagamento de propina a funcionários públicos e superfaturamento. Eduardo Jorge, por sua vez, ao lado de Kassab, é alvo de uma ação civil pública, sob suspeita de fraude e irregularidades no contrato com a Controlar, empresa responsável pelo serviço de inspeção veicular.

Eduardo Jorge e o prefeito chegaram a ter os bens bloqueados pela Justiça. "São três secretário que, se no momento certo Serra entender que deva escolher, irão com certeza saber dar sequência à essa administração e ajudá-lo a ser o bom prefeito que será caso seja eleito", disse Kassab ontem.

Comemoração. O prefeito, que antes da decisão de Serra negociava uma aliança com o PT em torno da candidatura do ex-ministro Fernando Haddad, afirmou ter dado um abraço caloroso no tucano por conta da decisão e rasgou elogios ao aliado.

 

"É um privilégio para São Paulo ter um candidato que disponha de toda experiência que ele tem ao longo de sua vida. Foi um bom prefeito, um bom ministro, um bom senador. Desejo boa sorte ao candidato do PT", disse Kassab. / COLABOROU CHICO SIQUEIRA, ESPECIAL PARA O ESTADO

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