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Para Moro, não existe risco à democracia no Brasil porque instituições estão fortes

Juiz federal participa de evento em Nova York promovido pelo Grupo Lide

Por Ricardo Leopoldo e correspendente
Atualização:

NOVA YORK - O juiz federal Sérgio Moro afirmou que não existe risco à democracia no Brasil, pois as instituições estão fortes. Ele destacou que é natural haver incertezas em um ano eleitoral.

O juiz brincou que, pelo fato de ter de trabalhar com a Operação Lava Jato para analisar casos de corrupção da Petrobrás, aprendeu muito sobre o setor de petróleo e energia. Foto: Rafael Marchante/Reuters

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"As instituições estão operando, e políticos foram responsabilizados por crimes cometidos", destacou. Ele ressaltou que empresários no Brasil também buscaram o ganho fácil com operações envolvendo corrupção.

Moro fez algumas brincadeiras no início de sua palestra promovida em Nova York pelo Grupo Lide, empresa fundada pelo pré-candidato ao governo de São Paulo João Doria (PSDB). "Eu tinha dúvidas hoje se usaria uma gravata vermelha ou azul. A vermelha poderia representar o partido republicano [nos EUA] ou o Partido dos Trabalhadores. A azul poderia ser PSDB ou o partido democrata americano", comentou. Ele optou pela vermelha, que é a cor do logotipo do Lide.

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O juiz destacou que, pelo fato de ter de trabalhar com a Operação Lava Jato para analisar casos de corrupção da Petrobrás, ele aprendeu muito sobre o setor de petróleo e energia. "Se um dia sair da magistratura, eu posso tentar atuar nesta área. 

Corrupção. O juiz ainda defendeu uma política de governo específica para atacar a corrupção no Brasil. Segundo ele, até o momento, o combate aos corruptos e corruptores partiu de policiais e juízes. Neste contexto, o juiz do Paraná fez elogios ao Supremo Tribunal Federal. "O STF tomou decisões importantes para a melhora do quadro institucional no País", disse.

Moro lembrou que, com a Operação Lava Jato, ocorreram 157 condenações de pessoas que cometeram crimes de corrupção ou lavagem de dinheiro. As punições foram direcionadas a executivos de empresas e também a políticos do PT, PTB e PMDB.

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"Há um quadro de mudança sobre o combate da corrupção, que deve ser permanente. O setor privado tem grande responsabilidade em relação ao combate à corrupção", destacou. Ele apontou que a corrupção como problema estrutural afasta investidores, inclusive estrangeiros, que não querem participar de um "ambiente viciado" nem de concorrências cujo quadro não é claro.

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Moro apontou que a corrupção não escolhe cores partidárias e aproveita para atuar onde há incentivos e oportunidades. "Há pessoas com falta de confiança na democracia, mas não pode haver resposta autoritária", destacou. "Temos de fortalecer a democracia e é impossível isso com corrupção e impunidade."

O juiz federal de primeira instância disse que entende que há um quadro de mudança sobre o combate à corrupção no Brasil, algo que deve ser constante. "Digo que o que as construtoras fizeram foi vergonhoso, mas passaram a corrigir seus problemas", apontou

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