Sérgio Guerra tem desafio de descentralizar decisões tucanas

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Por CARMEN MUNARI
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O novo presidente do PSDB, o senador pernambucano Sérgio Guerra, é tido como conciliador e estará à frente da legenda como fruto de uma composição equilibrada. Seu nome será chancelado entre quinta e sexta-feira na convenção da legenda em Brasília. Tasso Jereissati (CE), presidente desde 2005, deixa o PSDB com a fama de não ter tido sucesso em unir o partido, o que foi agravado por ter divulgado que apoiaria Ciro Gomes (PSB) ao governo cearense em 2006. Sérgio Guerra terá a missão não só de realizar esta união como de tentar compartilhar as decisões, fortemente centralizadas na cúpula da legenda. "Esta unidade é fundamental para a concepção do nosso objetivo que é a volta ao poder da República", disse um dos deputados do partido, para quem Guerra "dialoga bem, gosta de ouvir opiniões". O senador é visto como candidato de consenso e buscou caminho oposto ao de Tasso. Político comunicativo, participou de várias reuniões com deputados da legenda. Os deputados estão entre os que mais reclamam de espaço nas decisões da cúpula tucana. Ele também atraiu as estrelas do partido, de acordo com assessores da legenda. Garantiu apoio do governador José Serra (SP), seu amigo pessoal, e do próprio Tasso, que o chamou para coordenar a campanha presidencial de Geraldo Alckmin no ano passado. Alckmin foi cogitado a presidir a legenda, mas acabou se dedicando à eleição de 2008. Guerra aproximou-se ainda do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por meio de Eduardo Jorge Caldas Pereira, atual secretário-geral do partido e ex-secretarário-geral de FHC. Com o governador Aécio Neves (MG), o apoio veio pela articulação para que o deputado Rodrigo de Castro (MG) ocupe a secretaria-geral do partido, segundo cargo mais importante na hierarquia partidária. Economista, trabalhou por doze anos como executivo e consultor de empresas nacionais. Na política, esteve próximo de representantes de tendências variadas. Foi ligado ao polêmico Carlos Lacerda, então governador da Guanabara, que o indicou para diretor da Datamec. Ocupou secretarias nos governos de Miguel Arraes (PSB) e de Jarbas Vasconcelos (PMDB). Antes de se eleger senador, foi deputado estadual (PMDB e PDT) e três vezes deputado federal (PSB e PSDB). (Edição de Mair Pena Neto)

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