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Senadores trocam insultos em sessão de julgamento do impeachment

Líder do governo, Aloysio Nunes, reclamou de manifestação do deputado José Guimarães (PT-CE), que acompanhava a sessão dentro do plenário e chamou a advogada de acusação Janaina Paschoal de 'golpista'

Por Idiana Tomazelli , Carla Araujo , Rachel Gamarski e Igor Gadelha
Atualização:

BRASÍLIA - O líder do governo no Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP), e a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) trocaram insultos na manhã desta terça-feira, 30, durante a sessão final do impeachment da presidente da República afastada, Dilma Rousseff. A confusão começou após a fala da advogada de acusação Janaina Paschoal. Nunes fez uma intervenção, reclamando que o deputado José Guimarães (PT-CE), que acompanhava a sessão dentro do plenário do Senado, foi desrespeitoso ao chamar Janaina de "golpista". "Golpistas foram aqueles que saquearam a Petrobrás. Golpistas são vocês", afirmou o líder do governo Temer.

O líder do governo no Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP) Foto: André Dusek|Estadão

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Nunes pediu que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) ministro Ricardo Lewandowski mandasse a polícia legislativa retirar Guimarães, caso ele não se comportasse em plenário. "Não tenho medo de você", repetia Aloysio Nunes apontando o dedo para Guimarães, que estava sentado no fundo do plenário. Senadores aliados de Dilma tentaram intervir na situação. Foi aí que o tucano e Fátima Bezerra trocaram insultos de "golpistas".

A sessão foi suspensa por cinco minutos e quando a sessão foi retomada a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) fez uma questão de ordem pedindo ao presidente do STF que ordenasse que Aloysio Nunes se retratasse. Segundo ela, Dilma falou em "golpe" em discurso nessa segunda-feira, 29, no Senado, mas dentro do processo legal. "Estamos todos equilibrados, apesar de sermos vítimas", afirmou.

A senadora petista Gleisi Hoffmann (PR) também voltou a acusar Janaina de ser paga para fazer o parecer do impeachment de Dilma Rousseff. A senadora criticou a fala da acusação e afirmou que tanto Janaina quanto Miguel Reale Júnior não fizeram um debate jurídico e sim político. “Para fazer debate político, tem que se submeter a votos populares”, disse.

A senadora petista afirmou ainda que o processo de impeachment é contra o povo e citou, nominalmente, as Avenidas Paulista, Nossa Senhora de Copacabana e Atlântica como locais de “uma elite que apoia o golpe”.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) rebateu a declaração de Gleisi e disse que ela não pode ofender o Senado nem advogados da “dimensão moral e intelectual” como Janaína Paschoal e Miguel Reale Júnior.

Lewandowski também saiu em defesa dos advogados. Afirmou que a legislação brasileira estabelece que um advogado é inviolável no exercício de sua profissão.

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