Senadores já falam em rever voto secreto

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Por Agencia Estado
Atualização:

Técnicos da Universidade de Campinas (Unicamp) concluíram que o programa utilizado para violar o sistema de votação do Senado na cassação do mandato do senador Luiz Estevão (PMDB-DF) foi copiado em disquete e, por isso, poderia ser usado novamente. O alerta sobre a fragilidade do painel, registrado no relatório final da Unicamp sobre a fraude, foi revelado ontem e apressou a decisão dos senadores de votar o projeto de Tião Viana (PT-AC) que acaba com o voto secreto na definição de perda de mandato de parlamentares. A informação sobre o risco de novas violações foi divulgada ontem pelo Jornal do Brasil. Os técnicos da Unicamp descobriram ainda que os responsáveis pela cópia da lista da votação secreta demoraram 32 horas para restabelecer o sistema. Nesse período, quando o sigilo do voto ficou desprotegido, foi votada uma proposta de emenda constitucional. Com a revelação, a proposta de Tião Viana deverá ser debatida na terça-feira, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Ironicamente, o relator será Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), que teria ordenado a violação e corre risco de ter o mandato cassado. De acordo com senadores ligados a ACM, ele é favorável ao projeto. A idéia também tem apoio da maioria dos senadores, empenhados em votar a proposta na CCJ e enviá-la, ainda nesta semana, à Câmara. Se aprovada, a medida entra em vigor automaticamente. "Não há razão ética ou moral para manter o voto secreto", afirmou Tião Viana, que recebeu a garantia do presidente da CCJ, Bernardo Cabral (PFL-AM), de que o projeto será apressado. A senadora Heloísa Helena (PT-AL) já alertou que pretende apresentar emendas ao projeto, acabando com o voto secreto em outras situações. A ampliação também é defendida também pelo primeiro-secretário da Casa, Carlos Wilson (PPS-PE): "Não há motivos para manter o voto secreto usando o painel, pois não temos segurança no sistema."Mais informações Leia Também: Processo de investigação deve ser longo e doloroso Planalto busca o sucessor de Arruda, fora do PSDB Desgaste com Senado é anterior à crise aliada Indignado, FHC deixará que ex-líder ´se vire´

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