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Senadores defendem revisão das privatizações elétricas

Por Agencia Estado
Atualização:

Diante da crise no fornecimento de energia elétrica, senadores tucanos, aliados ao governo e adversários do presidente Fernando Henrique Cardoso uniram-se, no Senado, para defender a revisão do programa de privatização de empresas do setor. O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), subiu nesta segunda à tribuna da Casa para criticar o projeto de desestatização do governo. Embora defenda a venda das geradoras de energia, o senador Romero Jucá (PSDB-RR) disse que o governo precisa estudar ?caso a caso? a privatização dessas empresas. ?Nas privatizações, é preciso definir melhor como deverão ser feitos os investimentos para a produção de energia?, declarou Jucá. Segundo ele, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), por exemplo, somente deverá ser leiloada depois de serem estabelecidas regras bem claras de investimento. O senador tucano Álvaro Dias (PR), fez um discurso radical, defendendo a suspensão imediata da venda de geradoras de energia. Contrário à privatização das geradoras, ele é autor de um projeto, em tramitação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que determina a realização de um plebiscito sobre a venda de empresas do setor de energia e de abastecimento de água. Um outro projeto semelhante, que é do líder do bloco da oposição no Senado, José Eduardo Dutra (PT-SE), já foi aprovado na Casa e seguiu para a Câmara. A matéria trata de um plebiscito para a venda da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). Ainda na Câmara, está parada uma proposta, cujo parecer é do deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), que vai reorganizar o setor elétrico. Em seu discurso, Calheiros disse que a inclusão de empresas de energia no programa de desestatização ?engessou? esses órgãos. ?Alguns (órgãos) superavitários poderiam ter reinvestido recursos próprios para que hoje não estivéssemos na iminência da escuridão programada?, completou. Segundo ele, o governo não exigiu que fossem feitos investimentos privados no setor, seja na construção de termelétricas ou na ampliação de linhas de transmissão. ?Da mesma forma, deveria ter saído do papel a promessa de construção de 49 termelétricas?. ?Os erros pretéritos foram abundantes?, completou.

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