'Senadores-candidatos' se autoelogiam em sessão vazia

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Por CAROL PIRES
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De volta a Brasília para uma semana de "esforço concentrado", alguns senadores candidatos à reeleição aproveitaram o plenário esvaziado hoje para falar das eleições de outubro. Não deixaram também de fazer propaganda dos seus próprios mandatos parlamentares. Paulo Paim (PT) tenta a reeleição pelo Rio Grande do Sul e está em segundo lugar nas pesquisas. No início da tarde, subiu à tribuna para falar dos projetos de lei de autoria dele e dos que, apresentados por outros parlamentares, ajudou na aprovação, como o Estatuto do Idoso e o reajuste do salário dos aposentados."Percebo que, quanto ao Estatuto do Idoso, que apresentei aqui e nós aprovamos, que beneficia 26 milhões, quase 28 milhões, de brasileiros, há um carinho e respeito por essa iniciativa", afirmou Paim, para completar: "Lá no meu Estado, a nossa chapa é Paim e Abigail Pereira (PcdoB), mas sou daqueles que não fazem política falando mal dos adversários. Faço política mostrando o meu trabalho: o que fiz, o que estou fazendo e o que pretendo fazer".Candidato à reeleição pelo Amapá, Papaléo Paes (PSDB), usou a palavra para lamentar a apertada situação financeira. Paes disse que não tem dinheiro, como os eleitores pensam, porque apenas com o salário de parlamentar não é possível enriquecer. "Então, se eu aparecer com riqueza, tenham certeza absoluta de que esta riqueza não é proveniente do ato legal do recebimento dos meus salários; é de atitudes ilegais, corruptas e daí por diante".A falta de recursos, segundo Paes, dificulta a campanha eleitoral, inclusive para divulgar o trabalho parlamentar. "Lamentavelmente, eu não tive meu trabalho divulgado no meu Estado. Eu não tive condições financeiras para divulgar o meu trabalho", disse, antes de listar os três projetos de lei de sua autoria aprovados: o Dia Nacional da Língua Portuguesa; o Dia Nacional da Cidadania; e uma alteração fundamental na eleição do Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). "Mas, infelizmente, o povo do meu Estado não sabe disso. Lá não tem TV aberta", lamentou.Marco Maciel (DEM-PE), indicado pelas pesquisas como provável reeleito, também usou a tribuna hoje, mas não falou da campanha regional. Maciel preferiu fazer uma análise da história do processo eleitoral no Brasil. Se aproximando do fim do discurso, no entanto, disse: "O Brasil tem tudo para ser uma grande nação, e estamos construindo isso graças à pujança e o desempenho de sua economia e sobretudo a partir do Plano Real". Continua o senador: "O Plano Real começou a ser concebido ao tempo em que Itamar Franco presidia o País, mas é bom destacar que sua execução efetiva começou com o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso". Maciel, vale lembrar, foi vice-presidente justamente no governo FHC.

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