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Senador tucano questiona números do PAC

Por CAROL PIRES
Atualização:

Coube ao senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) dar a largada para os debates em plenário acerca da corrida à sucessão do presidente Lula. Esta tarde, o senador cearense, um dos mais fortes opositores ao governo, lançou dúvidas sobre os números do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que deve ser um dos carros-chefe da provável candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à presidência.Jereissati contestou informação do governo, divulgada no último balanço do PAC, de que foram investidos, entre 2007 e 2009, R$ 137 bilhões em financiamentos habitacionais. "Se as fontes de recursos consideradas para esse cálculo forem a Caderneta de Poupança e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), é possível calcular que esses números estão superestimados em, pelo menos, R$ 58 bilhões", disse o senador tucano.Tasso Jereissati afirma que estes R$ 58 bilhões foram utilizados para aquisição de imóveis usados, e não imóveis novos. "E sendo utilizado na aquisição de imóveis já existentes, não geraram novos empregos, não geraram novos investimentos, nem geraram renda. Portanto, não constituem investimentos do PAC".PolarizaçãoO senador tucano levantou este questionamento para afirmar que o PSDB não tem medo da polarização da campanha entre PT e PSDB, nem das comparações entre os oito anos de governo Lula com os oito anos de governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Pelo contrário. Nós temos plena consciência de que os oito anos de governo Fernando Henrique Cardoso fizeram a grande revolução, que possibilitou que o Brasil entrasse no período de crescimento econômico que nós estamos vivendo hoje", afirmou o senador, para ressaltar que a comparação pode ocorrer, mas não em cima de "números maquiados".A partir das críticas de Jereissati, senadores do governo e da oposição não perderam a chance de elogiar ou criticar a ministra. "A ministra Dilma é uma figura de silicone, ou seja, é uma figura que está sendo moldada à imagem e semelhança do presidente Lula", criticou Flexa Ribeiro (PSDB-PA). Segundo Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), o presidente Lula e a ministra Dilma agem como se o Brasil tivesse sido fundado a partir de 1º de janeiro de 2003, quando Lula tomou posse. "Isto é uma vergonha, isto é uma mentira, isto é uma farsa, isto tem que ser combatido", disse o pernambucano.DefesaO senador Eduardo Suplicy (PT-SP) saiu em defesa da pré-candidata do PT. Rebatendo crítica feita pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de que Dilma Rousseff era apenas o reflexo de um líder, o senador petista afirmou que, no próximo dia 20, durante o Congresso Nacional do PT, Dilma será "saudada como uma líder verdadeira, não será apenas o reflexo de um líder"."Todos nós do PT hoje reconhecemos os méritos da ministra Dilma Rousseff, exatamente a sua capacidade de bem coordenar os diversos planos, inclusive o Programa de Aceleração do Crescimento e outros do governo do presidente Lula, que fizeram com que o presidente Lula a escolhesse para ser a sua sucessora", disse Eduardo Suplicy.

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