Senador é denunciado por crime tributário

Procurador-geral da República suspeita que Wellington Salgado tenha cometido sonegação entre 2000 e 2002

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Por Felipe Recondo
Atualização:

O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) foi denunciado pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, por crime contra a ordem tributária, cuja pena varia de seis meses a dois anos de prisão. O inquérito tramita em sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF) e é relatado pela ministra Cármen Lúcia. A denúncia, feita no dia 26 de março, só foi revelada na semana passada, quando o plenário decidiu desmembrar o inquérito e deixar que o senador fosse investigado separadamente das outras pessoas envolvidas no caso. O senador, suplente do ministro das Comunicações, Hélio Costa, é suspeito de sonegar tributos quando foi diretor da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura (Asoec), entre 2000 e 2002. Como a pena por crime tributário é pequena, o procurador, depois de analisar o histórico criminal do senador, poderá propor ao Supremo a suspensão do processo. No entanto, para que o processo seja suspenso Salgado deverá cumprir determinadas condições que serão negociadas com o Ministério Público, como a prestação de serviços à comunidade. Foi com base nessa legislação que o Ministério Público propôs a suspensão de Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT, da ação penal contra os 40 mensaleiros. Silvinho aceitou o acordo e presta hoje serviços à comunidade. DÍVIDA Procurado em seu gabinete no Senado, Salgado não foi localizado. A assessoria informou que o senador não tem mais relação com as universidades e que não se manifesta sobre o assunto. A defesa de Salgado argumentou, quando foi aberto o inquérito, que os recursos não pagos se referem a uma dívida gerada pelo atraso em duas parcelas do Parcelamento Especial (Paes), programa de refinanciamento de dívidas tributárias da Receita Federal.

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