PUBLICIDADE

Senador do PMDB diz que aposentadoria de Sarney é 'para valer'

Para Pedro Simon (RS), também com planos de deixar a vida pública, decisão do colega deve-se a questões familiares e não a medo de perder as eleições

Por Gabriela Lara e correspondente
Atualização:
O ex-senador, Pedro Simon (PMDB-RS) Foto: Dida Sampaio/Estadão - 31.03.2014

Porto Alegre - Aos 84 anos e com planos de deixar a vida pública, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou acreditar que o anúncio de aposentadoria de seu colega de partido José Sarney (AP) é "para valer". "Quando conversei com ele sobre a minha decisão de deixar a vida pública, ele me revelou que estava com as mesmas intenções", disse o gaúcho em entrevista ao Broadcast Político, nesta quarta-feira, 26.

PUBLICIDADE

A aliados, Sarney comunicou sua intenção de não mais se candidatar à reeleição. A informação foi confirmada por sua assessoria de imprensa na segunda-feira e no dia seguinte pelo próprio senador, em entrevista a uma rádio de Macapá. "Pessoalmente, acredito que também agi bem. Se o Sarney decidiu cair fora, pensando que seria um bom momento, penso igualmente que era a hora de cair fora", completou o gaúcho, que está no seu quarto mandato como senador e não disputará o pleito deste ano.

Simon explicou que, num primeiro momento, não levou a sério a revelação de Sarney. "Mas daí ele me disse que a mulher (Marly) não estava muito bem de saúde e que precisava cuidar dela, então achei que ele realmente estava com pretensões de largar", revelou.

A aposentadoria de Sarney, de acordo com Simon, não estaria relacionada a polêmicas, falta de popularidade ou medo de perder a eleição. "Não é por aí que ele se assusta, pelo contrário. Se for por aí ele é capaz de ficar para dar a volta nos problemas. Até porque, se repararmos, a figura que esteve mais no topo na política brasileira foi ele", comentou.

Para Simon, a decisão de Sarney só será adiada se o colega não conseguir convencer as pessoas próximas a ele. "O que pode acontecer é que tem muita gente no PT, como o Lula e a presidente, e lá da área do Sarney também, que quer insistir para que ele seja candidato. No meu caso não tem (risos)", disse. "Tem tanta gente em volta dele, que de certa forma depende dele... Mas eu não saberia responder como ele vai lidar com isso."

Com a mesma idade de Sarney, Simon está cada vez mais isolado no PMDB. Ele tem dito que deseja descansar, mas também justifica sua decisão por se dizer decepcionado com os rumos tomados pelo partido que ajudou a fundar. Simon é um dos principais opositores à aliança do PMDB com o governo de Dilma Rousseff, fala que a legenda se rendeu à política do "troca-troca" de cargos e costuma fazer duras críticas a Sarney e outras lideranças peemedebistas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.