Senado investiga supostos 'fantasmas', mas mantém salários

Direção pedirá sindicância para apurar a razão de 70 servidores não terem respondido a recadastramento

Por Carol Pires e da Agência Estado
Atualização:

A direção do Senado pedirá a instalação de comissão de sindicância para investigar a razão de 70 servidores da Casa não terem respondido ao recadastramento promovido pela diretoria de Recursos Humanos. Segundo o diretor-geral, Haroldo Tajra, disse à Agência Estado, o ato que pedirá a abertura da investigação também pedirá a suspensão do salário desses servidores em caráter cautelar. Suspeita-se da existência de funcionários "fantasmas" e servidores já falecidos no quadro de pessoal.

 

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O primeiro-secretário do Senado, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), havia dito, mais cedo, que os 70 servidores teriam os salários suspensos a partir de hoje. Mas, segundo explicou Tajra, os mesmos não podem deixar de receber salário enquanto a decisão não for publicada no Boletim Administrativo.

 

A decisão de recadastrar os cerca de 6 mil servidores efetivos e comissionados do Senado foi tomada como medida moralizadora durante a crise política iniciada com a eleição do senador José Sarney (PMDB-AP) para presidência do Casa. No entanto, o prazo para os servidores se recadastrarem, que encerraria no último dia 16, precisou ser prorrogado até ontem.

 

De acordo com Heráclito, 350 servidores começaram a responder aos questionários mas não o concluíram. Para estes servidores, a administração do Senado decidiu abrir prazo de mais 15 dias. Outros 70 servidores sequer iniciaram o processo e é sobre estes que recaem as suspeitas de que sejam "fantasmas" ou servidores já falecidos.

 

"Se não aparecem e estão recebendo e não tomaram nenhuma iniciativa de regularizar a situação, pelo menos, se eles não são fantasmas, estão fantasmas", disse Heráclito Fortes.

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