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Senado investiga se Venezuela levou cubanos

Por Vannildo Mendes e Denise Chrispim Marin
Atualização:

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado vai interpelar os Ministérios da Justiça e da Defesa para que dêem esclarecimentos sobre o avião que levou de volta a Cuba os boxeadores Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara, desertaram dos Jogos Pan-Americanos. O pedido de informações foi feito há mais de uma semana, mas só anteontem, em audiência pública, o ministro Tarso Genro disse, de maneira imprecisa, que se tratava do aparelho YV-2053. O presidente da comissão, Heráclito Fortes (DEN-PI), identificou o prefixo como sendo venezuelano, mas teme que os dados possam ter sido falsificados e quer a ficha completa do avião. Ontem, os Ministérios da Defesa e da Justiça confirmaram que se trata de uma aeronave venezuelana, registrada na ocasião do embarque como sendo de propriedade particular. Mas chegaram informações à comissão dando conta de que o jato do tipo Falcon não seria particular, mas propriedade da estatal venezuelana de petróleo PDVSA, cuja frota é usada pelo presidente Hugo Chávez, aliado do ditador cubano Fidel Castro. Chegou também a versão de que poderia ser o mesmo aparelho, apreendido dias antes na Argentina, com US$ 800 mil ilegais oriundos da Venezuela. A Embaixada da Venezuela informou que não dispõe de dados sobre o assunto e vai se inteirar hoje. A de Cuba não quis comentar. Por meio da assessoria, o Ministério da Justiça alegou que é irrelevante a questão da nacionalidade do avião, pois todos os requisitos legais para a deportação teriam sido atendidos. Informou que o pedido de autorização para que fosse fretado um avião particular foi feito pelo Consulado de Cuba em São Paulo.

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