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Senado estuda investigar ex-diretor em sindicância

Por Eugênia Lopes e BRASÍLIA
Atualização:

O primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), disse ontem que pode abrir sindicância para investigar o ex-diretor-geral da Casa Agaciel Maia. Em entrevista à revista Época, o ex-diretor de Recursos Humanos do Senado João Carlos Zoghbi e sua mulher Denise afirmaram que Agaciel é sócio de todas as empresas terceirizadas que têm contrato com a Casa e alertaram que há corrupção nos contratos do Sistema de Processamento de Dados (Prodasen), na comunicação social, no transporte, na vigilância e no serviço de segurança. "São fatos novos e é preciso ver se essas declarações têm fundamento. Se for o caso, abre-se uma sindicância", afirmou Heráclito. O primeiro-secretário observou que, por enquanto, só há de concreto contra Agaciel o fato de ele não ter registrado em seu nome a casa onde mora, avaliada em R$ 5 milhões. "E isso ele tem de resolver com a Fazenda, a Receita", completou. Ex-diretor da Casa por 14 anos, Agaciel deixou o cargo há dois meses. Era figura de grande influência, atuando até na distribuição de cargos para afilhados políticos de parlamentares. Ele não foi localizado ontem pelo Estado para comentar a nova denúncia. Em entrevista à Época, ele negou as acusações e atribuiu as acusações a uma antiga rivalidade funcional. "Ele (Zoghbi) sempre sonhou ser diretor-geral." O casal Zoghbi também insinuou o envolvimento dos senadores Romeu Tuma (PTB-SP) e Efraim Morais (DEM-PB) no esquema. Os dois negaram qualquer contato com o ex-diretor. SINDICÂNCIAS Zoghbi é alvo de duas sindicâncias. Uma por ocupar irregularmente um apartamento funcional do Senado. Outra por supostamente ter usado a ex-babá para ocultar o nome dos filhos como donos da Contact, que atuava como correspondente de bancos no mercado de empréstimo consignado para funcionários do Senado. Ainda segundo a Época, a empresa dos Zoghbi recebeu R$ 2,3 milhões do Banco Cruzeiro do Sul por ter intermediado empréstimos a servidores. Anteontem, a direção da Casa anunciou a suspensão das operações com o banco "até que sejam concluídas as apurações". Por nota divulgada assim que seu nome veio à tona, o banco negou irregularidades em seu contrato para fornecer crédito consignado aos funcionários do Senado. Informou que há 15 bancos fazendo esse mesmo tipo de negócio na Casa. Segundo a revista, outros dois bancos teriam efetivamente usado a Contact para intermediar empréstimos.

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