Ao contrário do que ocorre na Câmara, onde foram cortados 1.018 cargos de confiança, muitos dos quais ocupados por pessoas que trabalham para os parlamentares nos Estados, o Senado deve manter inalterado seu esquema de contratação nos cargos comissionados. A assessoria do presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) informou que, a princípio, tudo deve continuar na mesma. Isso significa que cada um dos 81 senadores continuarão dispondo de recursos para contratar cinco assessores, cada um com salário bruto de R$ 9 mil, e seis secretários, com salários de R$ 7,65 mil. Podem, ainda, empregar no gabinete oito servidores da carreira do Senado, com remuneração variável, dependendo da função e do tempo de serviço. A diferença entre as duas categorias de servidores é que os parlamentares estão autorizados a dispor do trabalho dos comissionados onde quiser. No seu ou em outro Estado, ou até mesmo no exterior, já que a Casa não tem nenhum controle sobre essas contratações. Outra liberdade com relação aos ocupantes dos cargos de confiança é que o senador pode fatiar o salário. Ou seja, em vez de contratar um profissional qualificado por R$ 9 mil, pode contratar 20 pessoas com salários de R$ 450,00. Os senadores recebem, ainda, verba indenizatória mensal, de R$ 15 mil, para manutenção dos escritórios nos Estados. Os gastos com pessoal consomem cerca de 80% do Orçamento da Casa, que este ano é de R$ 2,3 bilhões. Além dos ativos, do quadro e comissionado, estão na lista aposentados e pensionistas. Novos critérios na Câmara Os líderes partidários começaram a estabelecer os critérios para as demissões dos funcionários que ocupam os chamados Cargos de Natureza Especial (CNEs), que são preenchidos sem concurso público. Com a nova regra que proíbe a manutenção de funcionários fora de Brasília e a contratação de parentes, os que se enquadrarem nesses dois critérios deverão integrar a lista de demissões. Alguns ofícios de exoneração chegaram a ser encaminhados ao Departamento de Pessoal, mas a divulgação dos nomes só será feita de forma conjunta no dia 3 de outubro, último prazo para que os líderes e membros da Mesa Diretora indiquem os nomes que ocuparão os 1.202 cargos remanescentes. A lista dos funcionários CNEs será divulgada no site da Câmara na internet.