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Senado dedica os próximos dias ao assunto Jader Barbalho

Por Agencia Estado
Atualização:

O Senado poderá voltar a seu funcionamento normal até quarta ou quinta-feira da próxima semana. Essa é a expectativa de grande número de senadores consultados pela Agência Estado. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse que esse prazo parece suficiente diante da inexistência de ambições capazes de questionar o direito do PMDB, como maior bancada, de indicar o sucessor de Jader Barbalho, que ontem anunciou a decisão de renunciar ao cargo de presidente do Senado na próxima semana. Os líderes partidários trabalham com a hipótese de definição do processo de escolha do novo presidente da Casa ainda durante este fim-de-semana. A bancada poderá formalizar a indicação no momento seguinte ao da renúncia, e o nome escolhido poderá ser apresentado ao plenário do Senado em uma das sessões de quarta ou quinta-feira. A expectativa é a de que Barbalho formalize a sua renúncia até terça-feira. Sarney aceita? O senador José Sarney (PMDB-AP) é o favorito para suceder Jader Barbalho na Presidência do Senado. Se Sarney for candidato, terá maioria para se eleger. A dificuldade para quem observa o jogo político é saber com certeza até que ponto Sarney deseja exercer um cargo que já foi seu e em um período de conflitos e disputas eleitorais como o que se avizinha. Embora ele pertença ao PMDB, lembra-se, na oposição, que sua filha, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, é pré-candidata do PFL à Presidência da República. Consultado ontem no Rio por colegas de Senado, a primeira reação do ex-presidente da República foi dizer que não queria o cargo, mas depois concordou em pensar sobre o assunto. Para quem o conhece, esse foi um sinal de que não descarta inteiramente a idéia presidir o Senado e liderar a restauração da imagem da instituição. Uma das condições do senador para aceitar a missão seria uma indicação sem confronto na bancada do PMDB e a construção de uma maioria folgada no plenário, que possa ser vista como consenso do Senado. Sarney não exigiria unanimidade, pois conhece tendências de oposição a ele no bloco dos partidos de esquerda. Outros nomes O favoritismo do senador José Sarney no PMDB para presidir o Senado não significa que não haverá disputa nos bastidores e na própria bancada do partido. O senador gaúcho José Fogaça (RS) confirma que pretende disputar a indicação e que examinará a retirada do seu nome somente se Sarney confirmar a sua candidatura. Em qualquer outra hipótese, diz Fogaça, concorrerá. "Não estou fora do jogo", confirmou. Além de Fogaça, podem disputar a indicação o atual líder do partido, senador Renan Calheiros (AL), e o senador José Alencar (MG), que não se colocou como candidato, mas tornou-se um nome visto com simpatia também entre os partidos de oposição. Renan enfrentaria maiores dificuldades para uma composição com as grandes bancadas do PSDB, do PFL e com o bloco da oposição. Ele é um nome vinculado a Jader Barbalho por laços políticos e afetivos, o que o torna uma opção realista no contexto do PMDB, cuja bancada ainda segue majoritariamente a orientação de seu ex-líder e presidente demissionário do Senado, Jader Barbalho.

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