A mesa do Senado decidiu nesta terça-feira, 23, por unanimidade, arquivar a representação contra o Senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), pela acusação de ter se beneficiado em 1998 do esquema do mensalão mineiro, como é conhecido o esquema de caixa dois administrado pelo empresário Marcos Valério. Veja também: ESPECIAL: saiba o que é o mensalão mineiro Os senadores que integram a mesa diretora entenderam que o episódio ocorreu fora do mandato parlamentar, já foi examinado pelo Conselho de Ética do Senado e se encontra sob análise no Ministério Público Federal. "Achamos que o processo está devidamente encaminhado", afirmou o senador Cesar Borges (PR-BA). No caso do Azeredo, parecer da consultoria jurídica do Senado concluiu que a denúncia contra o senador refere-se a fato ocorrido antes de seu mandato parlamentar. Também nesta terça, a Mesa Diretora do Senado decidiu suspender a sexta reprentação contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por supostamente ter beneficiado uma empresa fantasma, por meio de emendas, segundo reportagem do Estado. Investigação adiada O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, disse na semana passada que só concluirá a investigação sobre o mensalão mineiro quando voltar de viagem à Europa, no dia 27 deste mês. No intervalo da sessão do Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador disse que pretendia concluir o caso antes de sua viagem, marcada para esta quinta, mas que não foi possível apurar todo o material e documentos que constam do inquérito. "Tentei resolver tudo antes de viajar, mas não deu tempo", afirmou. Antonio Fernando vai participar de um encontro entre os procuradores-gerais dos países da América Latina, de Portugal e da Espanha. Somente depois que voltar ao Brasil decidirá se denuncia o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e o ministro de Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia. Segundo o procurador, o suposto esquema montado em Minas Gerais, quando Azeredo disputou o governo estadual, foi o embrião do mensalão petista. O empresário mineiro Marcos Valério contratava empréstimos bancários para financiar a campanha e as dívidas eram pagas com recursos públicos, das estatais mineiras.