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Senado aprova texto-base, mas fim do voto secreto fica para próxima terça

Decisão do presidente da casa, Renan Calheiros, adiou a conclusão da proposta; discussão de emendas que podem alterar o texto dividiu os parlamentares

Por Erich Decat
Atualização:

Brasília - O Senado adiou a conclusão da votação do projeto que estabelece o fim do voto secreto no Senado para a próxima terça-feira,19. Antes da decisão, proferida pelo presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), os senadores aprovaram o texto-base da matéria em primeiro turno.

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Não se conseguiu avançar, no entanto, na discussão das emendas (sugestões de mudanças no texto) apresentadas no plenário. Essas emendas, na prática, podem alterar por completo o texto aprovado. A polêmica está no fato de que alguns parlamentares defendem que se mantenha o voto secreto nos casos de escolha de autoridades e vetos presidenciais.

A discussão desta quarta-feira, 13, durou cerca de seis horas e dividiu os discursos dos senadores proferidos da tribuna. O ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) foi um dos que se colocou contra a abertura dos votos para todos os casos. "O voto secreto é a base da democracia", disse o peemedebista. A discussão também dividiu os principais partidos da Casa como o PT e PSDB.

"Este Senado não pode, na tarde de hoje, e nem tem o direito de pedir para esconder o seu voto do povo brasileiro e do povo paraense", disse o senador Mario Couto (PSDB-PA). Já o líder do PSDB, senador Aloysio Nunes (SP), disse que era contra. "Eu creio que a abertura do voto fragiliza o Poder Legislativo nesse caso e também o Poder Judiciário".

De parte do PT, o líder Wellington Dias (PI) se posicionou a favor da proposta. "Mesmo se o meu partido tivesse outra posição, eu teria problema, porque, por convicção, eu defendo que o Brasil tem hoje maturidade, tem hoje tranquilidade suficiente para que tenhamos votação aberta em todas as votações", ressaltou. Já o vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), disse que seguiria o voto da bancada, mas fez a ressalva. "Estamos vendo aqui a satanização do voto secreto".

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