Senado aprova 13.º para beneficiários do Bolsa-Família

A bancada governista mostrou desarticulação, um sinal claro de que o presidente Lula precisará reorganizar sua base parlamentar no Senado em 2º mandato

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Por Agencia Estado
Atualização:

O governo sofreu nesta terça-feira uma derrota no Senado com a aprovação de projeto de lei que inclui no programa Bolsa-Família, um benefício natalino, uma espécie de 13º salário. Mais uma vez, a bancada governista mostrou desarticulação, um sinal claro de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva precisará reorganizar sua base parlamentar no Senado no segundo mandato. A votação aconteceu no mesmo dia em que seis senadores do PMDB, incluindo dois novos - Jarbas Vasconcelos (PE) e Joaquim Roriz (DF) - anunciaram a criação de um grupo de oposição ao governo na Casa. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), foi surpreendido com a aprovação do projeto. Ele sugeriu a rejeição, alegando que a proposta poderia gerar despesas permanentes para o Poder Executivo. O bônus natalino para quem recebe recursos do programa Bolsa-Família, um dos responsáveis pela reeleição de Lula, será pago com o benefício do mês de dezembro. A medida só vai vigorar a partir de 2007 caso a Câmara aprove o projeto ainda em 2006. Enquanto os governistas tentarão barrar a proposta na Câmara, o senador Efraim Morais (PFL-PB), autor da proposta, avisou que vai acompanhar a tramitação na Câmara para viabilizar a aprovação. O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), comemorou e aproveitou para fazer ironias. "O Senado votou com Lula", disse, numa referência ao Bolsa-Família. Efraim Morais apresentou o projeto em setembro deste ano, antes do primeiro turno das eleições presidenciais. Ele aproveitou o sucesso eleitoral do programa para deixar os governistas em uma situação constrangedora. "O Bolsa-Família tem se concretizado de forma surpreendente e já mostra resultados positivos. O bônus natalino contribuirá para o aumento da auto-estima dos beneficiários", disse. A votação foi simbólica. O senador Siba Machado (PT-AC) fez um gesto manifestando ser contra, mas o líder do PMDB, senador Ney Suassuna (PB), preferiu votar a favor. Em seguida, liberou a bancada peemedebista, a maior do Senado. Este texto foi alterado às 20h54 com acréscimo de informação

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