Sem-terra se mobilizam em Curitiba por reforma agrária

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Por Evandro Fadel
Atualização:

Aproximadamente três mil integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), de acordo com os organizadores do evento, chegaram hoje a Curitiba para quatro dias de reuniões e manifestações visando sensibilizar autoridades para apressar a reforma agrária. De acordo com o movimento, há cerca de seis mil famílias acampadas em 70 áreas no Paraná, aguardando terra definitiva. "Estão todas em áreas com tramitação de desapropriação, seja por improdutividade, por crime ambiental ou por trabalho escravo", disse um dos líderes da marcha em Curitiba, Diego Moreira. Segundo ele, entre o ano passado e este já foram assentadas aproximadamente mil famílias no Estado. "Mas esse número ainda é insuficiente", afirmou. Os sem-terra pretendem também ter reuniões com secretarias e órgãos do governo federal, com o objetivo de implantar infraestrutura nos cerca de 350 assentamentos, onde estão mais de 24 mil famílias. "Tem grande demanda de assistência técnica, de agroindústria, de estradas que precisam ser instaladas nos assentamentos que já estão produzindo alimento e renda", reforçou Moreira. "Também sabemos que há grande descaso com a educação no campo e cobramos que o governo estadual olhe com mais carinho e atenção."Na manhã de hoje, os sem-terra fizeram a primeira manifestação no centro de Curitiba. Organizados em quatro filas, eles percorreram algumas ruas, mas o transtorno não chegou a ser muito grande. Os congestionamentos foram rapidamente desfeitos nos locais por onde passavam, pois os cruzamentos ficavam interditados por cerca de cinco minutos. "A reforma agrária é uma política que beneficia o conjunto da sociedade", defendeu Moreira. As palavras de ordem vindas de cima de um carro pediam o apoio da população urbana. "A pequena agricultura responde por 70% da alimentação", argumentavam os sem-terra.Até sexta-feira, eles ficarão alojados no Ginásio de Esportes do Tarumã, pertencente ao governo do Paraná. Na manhã de hoje, eles estiveram na superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), para entregar a pauta de reivindicações. A partir de amanhã, eles farão caminhadas pela cidade e reuniões.

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