Integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) que atuam na região do noroeste de Minas Gerais estão sendo acusados de depredação do patrimônio e furto de móveis, objetos, animais, alimentos e equipamentos durante a desocupação da Fazenda Nova Jerusalém, localizada em Unaí, a 580 quilômetros de Belo Horizonte. A propriedade, de aproximadamente 600 hectares, havia sido invadida no último dia 18 por cerca de 200 famílias do MST, de acordo com a ocorrência do 28º Batalhão da Polícia Militar de Unaí. Segundo a PM, os sem-terra se anteciparam a uma ordem judicial de reintegração de posse e deixaram a fazenda na última sexta-feira. Além de depredarem parcialmente a sede da propriedade, eles teriam destruído três galpões e um paiol. Na retirada, segundo a ocorrência policial - feita um dia depois da saída deles -, os integrantes do MST ainda queimaram um equipamento e uma máquina agrícola e desmontaram um trator, que teve algumas peças furtadas. O proprietário da fazenda, o advogado João Alves de Oliveira, registrou o desaparecimento de diversos móveis e eletrodomésticos da casa, como mesas, cadeiras, colchões, um fogão, um sofá, dois armários, um aparelho de som, pias, entre outros. De acordo com a ocorrência policial, os sem-terra furtaram ainda cerca de 260 sacas de alimentos e rações. Eles ainda são acusados de levar animais (oito cavalos, quatro porcos e 45 galinhas) que pertenciam à fazenda. O proprietário registrou também o sumiço de uma máquina picadeira, porteiras de madeira, tábuas, um motor a diesel e 400 litros do combustível, além de quatro celas de montaria. A PM de Unaí informou na tarde de ontem que nenhum objeto havia sido recuperado e ninguém havia sido preso. O líder sem-terra Jorge Augusto Xavier levantou a suspeita de que as depredações e os furtos atribuídos aos integrantes do MST teriam como arquitetos os próprios fazendeiros da região. Esta, segundo ele, seria uma forma de "denegrir a imagem do movimento". "Os acampados tomaram uma decisão infantil de desocupar a propriedade sem a presença da PM", afirmou.De acordo com Xavier, as famílias que estavam na Nova Jerusalém retornaram para um acampamento do MST localizado na própria Fazenda Barreirinha.