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Sem-terra querem reunir 4 mil em marcha em Alagoas

A marcha é um protesto contra a violência no campo e em solidariedade aos sem-terra mortos na chacina de Eldorado dos Carajás

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Por Agencia Estado
Atualização:

Trabalhadores rurais sem-terra, ligados aos quatro movimentos sociais que atuam em Alagoas - MST, CPT, MTL e MSLT -, estão acampados na Praça Sinimbu, em frente a sede da superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), no Centro de Maceió, onde começaram a chegar na noite do último domingo. Os quatro movimentos esperam reunir até amanhã cerca de quatro mil sem-terra, para realizar uma grande marcha até a cidade de Atalaia, a 48 quilômetros da Capital. A marcha é um protesto contra a violência no campo e em solidariedade aos sem-terra mortos na chacina de Eldorado dos Carajás, há dez anos, no Pará. O coordenador estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), José Carlos Silva, explicou que Atalaia foi escolhida para ser o palco do protesto por ser o município alagoano onde é registrado o maior número de conflitos agrários. "Em Alagoas, o maior número de assassinatos no campo aconteceu em Atalaia", destacou o líder do MST. Segundo ele, a marcha sai da Praça Sinimbu às 6 horas. Até Atalaia estão previstas duas paradas. A primeira acontece na terça-feira à tarde, no Departamento de Estradas e Rodagem (DER). A segunda parada será quarta-feira, no município de Pilar, a 35 quilômetros de Maceió. Em Atalaia, o protesto terá reforço dos sem-terra da região. Violência no campo Na manhã desta segunda-feira, vários caminhões chegaram à Praça Sinimbu com sem-terra do interior do Estado. "A nossa meta é chegar em Atalaia na quinta-feira, onde vamos analisar a situação da região. Esta semana o nosso foco é o crime no campo, mas também não deixaremos de lado as outras reivindicações dos movimentos", afirmou José Carlos. Além de protestar contra os 10 anos da chacina de Eldorado dos Carajás, os sem-terra alagoanos protestam também contra as mortes no campo em Alagoas, como o assassinato de Joelson Melquíades, ocorrido em novembro do ano passado. "Queremos justiça e o fim dos conflitos no campo", enfatizou José Carlos. O coordenador estadual do MST afirmou que, entre as reivindicações dos sem-terra para este mês - também chamada de "abril vermelho" -, estão a falta de comprometimento do Incra com os movimentos. Ele explicou que o governo federal não atingiu a meta, que era de 120 mil famílias assentadas em 2005, assentando apenas 40 mil. Nesta tarde, os sem-terra tentam uma audiência com o governador Luis Abílio (PDT). Em seguida, eles realizam uma caminhada até o Tribunal de Justiça. "Em frente ao Tribunal, faremos um ato público em protesto à chacina de Eldorado dos Carajás, onde 19 trabalhadores foram assassinados por policiais militares", concluiu o líder do MST.

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