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Sem-terra marcham 206 quilômetros no RS

Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de 800 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) iniciaram nesta terça-feira uma caminhada de 206 quilômetros, do acampamento de Pantano Grande, na Região Carbonífera, até o município de São Gabriel, na Fronteira Oeste, pela BR-290. O objetivo é discutir a reforma agrária com as comunidades por onde os manifestantes passarem e pressionar o Judiciário a reverter, no julgamento do mérito, a liminar que suspendeu a desapropriação de 13,2 mil hectares das estâncias do Céu, Santa Adelaide, do Salso, Caieira e Posto Bragança, em São Gabriel, todas pertencentes ao agropecuarista Alfredo Southall. A mobilização dos sem-terra, que partiram de diversos acampamentos no final de semana para ir ao de Pantano Grande iniciar a marcha, provocou a reação de proprietários rurais e um clima de tensão no Rio Grande do Sul. Seguindo a tática adotada neste ano, os fazendeiros vigiam de perto cada passo do MST, monitorando os acampamentos, acompanhando deslocamentos e montando vigilância em todas as propriedades que possam se tornar alvo de invasões. A marcha também será controlada diariamente. O prefeito de São Gabriel, Rossano Dotto Gonçalves (PDT), já mandou avisar que o MST não será bem acolhido na cidade. A desapropriação das estâncias de Southall foi decretada no dia 20 de maio pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, que anunciou que o assentamento de 530 famílias seria um modelo da nova reforma agrária pretendida pelo governo federal. No dia 1º de junho, a ministra Ellen Gracie Northfleet, do Supremo Tribunal Federal, concedeu liminar suspendendo a desapropriação até o julgamento do mérito de uma ação que contesta as vistorias feitas pelo Incra em dezembro de 2001.

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