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Sem-terra invadem agências do INSS no Pará

Eles exigem agilidade no atendimento e contratação de mais servidores para o atendimento

Por Agencia Estado
Atualização:

Sete agências do Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS) foram invadidas e ocupadas por mais de 1.300 sem-terra ligados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri) nos municípios de Marabá, Tucuruí, Altamira, Abaetetuba, Cametá, Bragança e Itaituba. Eles exigem maior agilidade nos processos que tratam da concessão de benefícios a homens e mulheres do campo, contratação de mais servidores para as agências, além de material de expediente para os funcionários. As agências de Paragominas, Santa Izabel do Pará e Capanema foram fechadas porque os servidores temiam que também fossem invadidas. Em Belém, líderes da Fetagri, da Confederação de Trabalhadores da Agricultura (Contag), sindicatos de trabalhadores rurais e pescadores se reuniram com dirigentes do INSS no Estado e com a gerente executiva do instituto em Brasília, Raquel Gadea, a quem apresentaram suas reivindicações. Em Marabá, onde a agência foi ocupada por 600 trabalhadores, existem somente dois funcionários do INSS para atender os treze municípios da região, onde vivem 600 mil pessoas. "É impossível para dois seres humanos, por mais esforçados que sejam, suportar tanta demanda. O pior é que a direção do INSS não toma qualquer providência", desabafa o diretor da Fetagri, Raimundo Borges. Retrato do caos Ocupado por 250 trabalhadores desde o final da tarde desta quarta-feira, o prédio do instituto em Tucuruí é o retrato do caos. As reclamações contra o mau atendimento levaram a Fetagri a reforçar a invasão com lavradores dos municípios de Breu Branco, Goianésia e Novo Repartimento. "Não há nem papel para trabalhar", disse a lavradora Carmem Botelho. Em Itaituba, os invasores querem a contratação de servidores e de um perito, construção de novo prédio e revisão de mais de 300 processos de aposentadoria que foram indeferidos. Em novembro do ano passado, o prédio de Itaituba foi invadido pelo mesmo motivo. Na ocasião, faltavam computadores e impressoras. Hoje, há sete computadores e três impressoras para apenas dois servidores. A morosidade na tramitação de processos e o indeferimento de 950 pedidos de pensão por morte ou invalidez, auxílio doença e salário maternidade motivaram a invasão do INSS de Altamira por 200 lavradores. A direção do INSS informou que está avaliando as reivindicações, prometendo atender as mais urgentes. Um pedido foi feito aos sindicalistas: a desocupação imediata dos prédios invadidos.

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