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Sem-terra iniciam vigília em frente ao Ministério da Justiça

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Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de 60 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) iniciaram nesta quarta-feira à tarde uma vigília em frente ao prédio do Ministério da Justiça, na Esplanada dos Ministérios, para exigir a libertação dos 16 líderes do movimento presos por ocasião da invasão da Fazenda Córrego da Ponte, de propriedade dos filhos do presidente Fernando Henrique Cardoso, situada em Buritis (MG). Segundo um dos coordenadores nacionais do movimento, João Paulo Rodrigues, a mobilização vai continuar durante toda a noite, com discursos e orações, até esta quinta-feira ao meio-dia, quando tentarão visitar os sem-terra presos na carceragem da Superintendência da Polícia Federal. Ele anunciou que, na próxima sexta-feira, sairão de Buritis cerca de 300 militantes em marcha até Brasília, distante 220 quilômetros. O major da PM Silva Filho disse nesta quarta-feira que a preocupação das autoridades em relação à vigília dos sem-terra é manter a ordem no trânsito. Segundo o PM, os manifestantes assumiram o compromisso de garantir que o ato na Esplanada seja pacífico. Os sem-terra disseram que acenderão velas e promoverão orações na Esplanada em protesto pela prisão dos 16 líderes. No final da tarde desta quarta-feira, eles estacionaram um carro de som a poucos metros do gabinete do ministro Aloysio Nunes Ferreira, onde representantes do movimento e de outras entidades pediam a liberação dos presos. O major da Polícia Militar Silva Filho avaliou que estão no local "entre 50 e 60 pessoas". O total de homens encarregado do policiamento era quase o mesmo - policiais do Batalhão de Trânsito, do Comando de Policiamento e do Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope). Os policiais impediram que o MST montasse um acampamento no gramado do ministério. Apesar do barulho, um assessor de Aloysio Nunes informou que ele não interrompeu a agenda. O ministro reservou parte da tarde para receber parlamentares, entre eles o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PPS-PR). Rodrigues prevê que a marcha a Brasília deve estender-se até a sexta-feira da próxima semana. Será suspensa se houver o relaxamento da prisão dos sem-terra. Pelos seus cálculos, estavam na manifestação representantes de 20 entidades, entre elas o Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro) e da Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes). A Confederação Nacional das Associações dos Servidores do Incra distribuiu uma nota, defendendo a invasão da propriedade da família do presidente da República. A entidade afirma que o gesto foi "político, voltado para chamar a atenção da sociedade como um todo, para o descaso com que o governo brasileiro tem tratado as demandas dos trabalhadores rurais em geral".

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