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Sem-terra desocupam pacificamente fazenda em São Paulo

Por Agencia Estado
Atualização:

Os sem-terra que invadiram a Estação Experimental de Zootecnica, em Colina, na região de Ribeirão Preto (SP), no último sábado, deixaram o local pacificamente na manhã de hoje. Do grupo de aproximadamente 700 famílias, a maioria retornou para sua cidade de origem. O prazo para desocupação da fazenda, determinado em liminar pela Justiça de Colina, venceria às 10 horas, mas não houve resistência. Porém, pelo menos 200 famílias de sem-terra continuam acampadas à beira da estrada vicinal, ao lado da entrada da Estação Experimental, juntando-se aos integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) que estão há mais de três anos no local. Eles vão continuar reivindicando a área da fazenda para um assentamento e, se não conseguirem um acordo, podem retornar a invasão. Um dos coordenadores dos invasores, Adalberto Alves Martins, que havia deixado dúvida sobre a possibilidade de resistência, disse que não poderiam partir para o enfrentamento. "Vamos continuar perto, reivindicando a área", explicou ele. A tática do grupo é entrar com um recurso judicial para tentar derrubar a liminar que determinou a reintegração de posse da fazenda, além de buscar apoio político. Segundo Martins, a desocupação começou às 18 horas de ontem, logo após assembléia aprovar a medida. "Aqui só temos trabalhadores e queremos terra, não confronto com a polícia", afirmou Martins. O comandante do Pelotão da PM em Colina, tenente Rodrigo Maciel Antonio Dias, acompanhou o oficial de justiça na manhã de hoje e participou da conversa pacífica entre os sem-terra e o comandante da PM de Barretos, o capitão Carlos Antonio Alves da Silva. "Todos estavam praticamente fora da fazenda", disse Dias. Foi a quinta invasão da fazenda e a quinta reintegração de posse de forma pacífica. Com a desocupação, mesmo com a instalação do grupo à beira da estrada vicinal, nem o patrulhamento da PM será mantido. Outro coordenador dos sem-terra, Francisco das Chagas Costa, disse que o grupo, ligado a sindicatos rurais da região filiados à Federação dos Assalariados Rurais do Estado de São Paulo (Feraesp), vai continuar reivindicando a área do governo estadual, pois entende que a fazenda não é destinada apenas a pesquisas agropecuárias. "Se a negociação não andar, vamos nos reorganizar e voltar para a fazenda", afirmou Costa.

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