Sem-terra comemoram desapropriação de 1.790 hectares

Por Agencia Estado
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Cerca de 400 famílias sem-terra comemoraram, na Fazenda da Barra, em Ribeirão Preto, a desapropriação da área de 1.790 hectares, determinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O decreto foi publicado no Diário Oficial da União nesta quinta-feira. O decreto de interesse social, para fins de refoma agrária, é o primeiro passo para um assentamento a ser formado na propriedade rural. Antes da formação do assentamento, ainda será feito um levantamento do valor da terra a ser pago pelo governo à proprietária, a Robeca Participações e ISI Participações. As famílias voltaram a ocupar a área da Fazenda da Barra em 21 de setembro (a primeira ocorreu em agosto de 2003) e estão divididas entre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-terra (MST) - cerca de 300 - e o Movimento de Libertação dos Sem-terra (MLST) - as outras 100. "As famílias vão ter um Ano-Novo superagradável", disse um dos coordenadores do MLST, Devanilson Ramos Costa. Segundo ele, o movimento recebeu um fax da Casa Civil na manhã desta quinta. Costa informou ainda que o MLST deverá fazer, no início da próxima semana, uma colheita de milho. Metade será doada a uma instituição de caridade e a outra metade será vendida para a aquisição de equipamentos agrícolas. "É um importante passo para o assentamento", disse um dos coordenadores do Acampamento Mário Lago, do MST, Sirlei Moreira. "Ainda estamos conversando com as famílias", informou Moreira. Segundo ele, os sem-terra do MST têm plantações de milho, feijão, abóbora, mandioca e melancia, mas a colheita ainda demorará alguns meses. Pelo decreto do presidente Lula, as fazendas Coru-Mirim (708 h), em Tremembé, e Pendengo (4.343 h), em Castilho, ambas no interior paulista, também foram desapropriadas.

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