Sem Lula, PT lança pré-candidatura de Mercadante ao governo de SP

Ausência do presidente provocou tensão e descontentamento entre petistas; segundo partido, presidente não compareceu por questões pessoais

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Por Roberto Almeida , Julia Duailibi e Malu Delgado
Atualização:

Na falta de Lula, foi Dilma quem conduziu o encontro que coroou Mercadante e Marta pré-candidatos do PT

 

SÃO PAULO - O PT lançou neste sábado, 24, durante o 17.º Congresso Estadual da sigla em São Paulo, o senador Aloizio Mercadante pré-candidato ao governo do Estado e a ex-prefeita Marta Suplicy pré-candidata ao Senado. O evento acabou marcado pela inesperada ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que provocou tensão e descontentamento entre petistas.

 

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Segundo a direção do PT, Lula disse que não poderia estar presente por questões pessoais e familiares. O presidente, que permaneceu em Brasília, enviou uma carta ao líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), que foi lida no ato pelo deputado durante dois minutos e meio.

 

O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, também não compareceu ao evento, ainda que São Paulo seja um Estado estratégico na campanha à Presidência por conta da histórica vantagem eleitoral dos tucanos. "A luta é em São Paulo. A eleição vai ser decidida aqui. Temos uma enorme oportunidade", afirmou Marta, ao discursar no evento.

 

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"Serei militante dessa campanha que já começa vitoriosa. Nós sabemos que os avanços de um Brasil mais justo com igualdade de oportunidades só será possível se São Paulo, o Estado mais rico do País, estiver em sintonia com o projeto que estamos construindo para o Brasil", declarou o presidente na carta, sem especificar os motivos da sua ausência.

 

O presidente afirmou que gostaria de "pessoalmente mostrar compromisso com a eleição do Mercadante ao governo e com a candidatura da companheira Marta ao Senado" e falou de seu "compromisso" com as candidaturas do PT por São Paulo, inclusive a de Marta Suplicy ao Senado.

 

Às pressas

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A carta, segundo dirigentes petistas confirmaram ao Estado, só foi ditada às 11 horas. O evento, que estava marcado para começar às 11 horas, só foi iniciado às 12 horas, por causa das tentativas de contornar a ausência de Lula. Com a estratégia de campanha desenhada e amparada na alta popularidade de Lula, Mercadante contava com a presença do presidente.

 

Embora tenha iniciado seu discurso dizendo que não "falaria mal de ninguém", o senador petista desfiou críticas ácidas à gestão dos tucanos no Estado. Fez ainda, um claro esforço durante toda sua fala de colar seu projeto político no Estado ao do presidente Lula. "Vim para anunciar o futuro e a mudança", declarou Mercadante, que, ainda, fez comentários sobre "o espírito bandeirante".

 

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Mercadante era candidato natural à reeleição ao Senado, mas atendeu ao pedido do presidente para disputar o Palácio dos Bandeirantes. Recebeu o compromisso de que Lula se dedicaria à campanha em São Paulo e que, no futuro, poderia disputar a Prefeitura de São Paulo. O nome de Mercadante foi articulado internamente e pelo presidente assim que ruiu, internamente, a ideia de lançar o ex-ministro e deputado Ciro Gomes (PSB) candidato em São Paulo.

 

Lula tentou colocar a eleição de Mercadante e da ex-ministra Dilma Rousseff à continuidade de seu projeto. Destacou a biografia do senador e a atuação no PT. "No PT, o companheiro sempre assumiu tarefas que demonstraram e demonstram o seu compromisso, principalmente com o povo mais pobre. Mercadante está capacitado para governar o Estado de São Paulo, para junto com Dilma aprofundar as mudanças que implementamos no Brasil", afirmou.

 

Ao discursar, Dilma enalteceu a lealdade de Mercadante ao projeto do governo Lula e elogiou a luta de Marta contra a discriminação das mulheres. "O Mercadante esteve sempre na coordenação das campanhas ao lado do presidente Lula (...) Poucas vezes São Paulo vai ver uma chapa tão qualificada como a com Marta e Mercadante", afirmou Dilma.

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