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Sem dinheiro, dono de ONG suspeita de fraude no Turismo pode voltar à cadeia

Segundo o advogado do pastor Wladimir Furtado, ele não conseguirá os R$ 109 mil exigidos pela Justiça Federal para o pagamento da fiança

Por Leandro Colon
Atualização:

O pastor Wladimir Furtado, dono da entidade Conectur - investigada por fraudes no Ministério do Turismo, pode voltar à prisão depois de deixá-la na madrugada de sábado. Seu advogado, Mauricio Pereira, disse ao Estado que Furtado não conseguirá os R$ 109 mil exigidos pela Justiça Federal para o pagamento da fiança estipulada. "Vou apresentar meu cliente em juízo e decidir o que será feito", afirmou. Um cheque foi dado na sexta-feira à noite e até agora o pastor não conseguiu reunir o dinheiro necessário para compensá-lo.

 

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A edição desta segunda-feira do Estado publica entrevista exclusiva de Furtado, gravada na presença de seu advogado, em que ele revela que recebeu uma proposta da deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP) para ser "laranja" num convênio de R$ 2,5 milhões com o governo federal. "A deputada queria pegar a Conectur para servir de laranja. Ela gostaria que a Conectur entrasse só com o nome", afirmou Furtado. "Ela queria fazer o serviço do jeito dela, que ela tomasse conta, deixasse contador, advogados e técnicos por conta dela."

 

Furtado afirmou que preferiu não entregar a responsabilidade da execução do convênio de R$ 2,5 milhões para Fátima Pelaes: "Eu disse: deputada, não vou assinar cheque em branco. Depois sou eu que vou prestar contas". A Conectur é registrada numa Igreja Evangélica.

 

Apesar do suposto cuidado na relação com a deputada, a Conectur, como mostra a investigação da PF, integrou o esquema de desvio de dinheiro do Ministério do Turismo. A entidade foi usada para subcontratar as mesmas empresas de fachada envolvidas no esquema do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi), entidade pivô da Operação Voucher.

 

Além dos R$ 2,5 milhões recebidos do ministério em 2009, a Conectur recebeu depois R$ 250 mil do Ibrasi a título de "subcontratação". De acordo com as investigações, a Conectur é o embrião do esquema de desvios de recursos do ministério no Amapá.

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