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Sem citar MST, Dilma critica invasões de terra

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A ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, presidenciável do PT, criticou hoje as invasões de terra, a ocupação de prédios públicos e considerou as invasões como "atitudes ilegais". "Sou inteiramente contrária a criar prejuízos aos que não são responsáveis pela política e sou contrária às invasões de terra", destacou ela, sem citar o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem-terra (MST) e cercada por uma plateia eminentemente ruralista que visita a Agrishow, no interior de São Paulo.Na feira agrícola, Dilma pregou também o diálogo com os movimentos sociais e procurou isentar o governo do presidente Lula de qualquer responsabilidade pelas ações desse movimento. "Governo é governo e movimento é movimento. A primeira relação é termos diálogo, mas sou inteiramente contrária à tomada de locais públicos e invasões de terra", frisou Dilma. E continuou, sob aplausos tímidos da plateia: "Não pretendo compactuar com qualquer atitude ilegal que não deve ser premiada, pois estamos todos sob os mesmos princípios legais".Em rápido discurso, Dilma citou vários programas do governo federal para a concessão de crédito ao setor agrícola, entre eles o Mais Alimentos, destinado aos pequenos agricultores e o PSI (Programa de Sustentação dos Investimentos), criado no ano passado durante a crise financeira global para injetar liquidez no mercado e financiar máquinas e equipamentos agrícolas. A ministra repetiu o que o presidente Lula já vem afirmando, que o nível de crédito no Brasil saiu de R$ 400 bilhões para R$ 1,4 trilhão nos 8 anos de sua gestão e lembrou ainda que no ano passado foram destinados R$ 92,5 bilhões para a agricultura empresarial e mais R$ 15 bilhões para a agricultura familiar, dentro do programa de safra.A ministra deu sinais de que pretende perenizar algumas políticas temporárias adotadas pela equipe econômica do governo Lula, como a redução do IPI para bens de consumo e o próprio PSI, que está previsto para acabar no final deste ano. Dilma admitiu que o governo não conseguiu fazer a reforma tributária durante os oito anos do presidente Lula, mas prometeu que "a questão deve estar na ordem do dia nos próximos anos". InflaçãoDilma defendeu a alta nas taxas de juros como forma de combate à inflação. A presidenciável petista afirmou que o governo não vai deixar de atuar no combate à inflação em ano eleitoral. A ministra criticou os governos anteriores que, segundo ela, "fizeram malabarismos no passado em relação à taxa de juros e ao controle inflacionário". E garantiu: "Nós temos responsabilidade com os trabalhadores, com o povo brasileiro e com a estabilidade dos preços. Isso significa que nós não vamos ser complacentes com a inflação em momento algum. Este compromisso é meu também, com a estabilidade que no Brasil foi conquistada a duras penas".Dilma frisou que a estabilidade econômica foi uma das grandes demonstrações de responsabilidade do governo Lula. Para ela, se garante o valor do salário dos trabalhadores quando se garante que os preços não subam. "O Brasil está maduro e ninguém vai ganhar as eleições com o malabarismo que já fizeram no passado, quando sabíamos que as coisas estavam ruins e ninguém tomava providência. Não fazemos isso no governo do presidente Lula", disse. Para ela, o aumento na taxa de juros não vai impactar no crescimento previsto para o PIB.

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